Petrobras vai começar a separar petróleo do CO2 no fundo do mar em 2028

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A Petrobras anunciou, ontem, que vai iniciar, no prazo de quatro anos, a fase piloto de um novo projecto de reinjecção, no subsolo, de dióxido de carbono (CO2) retirado de campos petrolíferos. A inovação chamada de projecto Hisep, em relacção a outros processos de reinjecção, ocorre no fundo do mar e não na plataforma.

Segundo a  Agência do Brasil, a fase piloto vai ser implantada no pré-sal do campo de Mero, na Bacia de Santos. Depois de testar a tecnologia em laboratório, a Petrobras procede a contratação para montagem dos equipamentos submarinos que deve fazer  à separação e a reinjecção do gás. O investimento total do início da pesquisa, em 2014, até ao início da fase piloto, em meados de 2028, pode atingir 1,7 mil milhões de dólares .

O CO2 é um gás que está associado ao óleo nos reservatórios subterrâneos. Ao extrair o petróleo, grande parte do gás é lançado na atmosfera.

A Agência do Brasil sublinha, também, que  a Petrobras já reinjecta, no subsolo, parte dele. A ideia é que, com o projecto Hisep, o percentual de reinjecção aumente. A tecnologia prevê a liquefacção do CO2 através de equipamentos submarinos que elevam a pressão sobre o gás. Em forma líquida, o dióxido de carbono é reinjectado no subsolo para evitar a  sua dispersão na atmosfera.

 
Descarbonização

“Descarbonizar a actividade do petróleo é fundamental para a transição energética, porque faz com que consigamos, ainda por necessidade, utilizar hidrocarbonetos, petróleo e gás, no nosso dia a dia – por um bom tempo, vamos ter que fazê-lo – só que com um impacto mitigado”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Segundo o responsável, a empresa prepara-se para fazer uma transição energética de forma responsável, ao mesmo tempo em que lida com pressões divergentes em relação ao ritmo dessas mudanças.

Jean Paul Prates explicou que alguns sectores da sociedade exigem mais rapidez no processo, enquanto outros mais lentidão.

Entretanto, de acordo com o director de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, o projecto também pode proporcionar redução de custos em relação às plataformas.

Segundo o responsável, “boa parte da planta de processo [na plataforma de petróleo], cerca de 65%, é dedicada à separação e à injecção de gás. Quando eu uso o HISEP, eu passo essa operação lá para baixo [fundo do mar]. Com uma redução de 65% no peso e espaço [da plataforma], a gente espera uma redução de custo significativa”.

Além disso, acrescentou, com a redução do custo na separação e reinjecção do dióxido de carbono, é possível começar a extrair petróleo de campos que hoje não são economicamente viáveis, devido ao alto teor de CO2 do reservatório. Outro ponto positivo, no dizer de  Travassos, é reduzir a exposição de funcionários ao risco, já que retira o processo da planta da plataforma.

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