Para Angola atingir uma economia sem impacto carbónico é “necessário um enorme investimento na transição energética, e o Estado, os investidores e os bancos têm um papel fundamental no financiamento dessa transição”, defendeu o CEO do Standard Bank de Angola (SBA), Luís Teles, durante a II Edição da Angola Banking Conference, subordinada ao tema ‘Desafios, Tendências e Oportunidades da Banca em Angola’, que se realizou na quarta-feira, 15 de Maio.
Angola pertence ao grupo dos mais de 120 países que se comprometeram em atingir uma economia neutra em carbono até 2050. A participação dos bancos na concretização deste desiderato é “muito importante”, devendo impulsionar “os clientes a reverem os seus modelos de negócios, optando por criar e desenvolver negócios com menos pegada carbónica”, através de “uma base de dados organizada que permite saber categorizar o tipo de negócio que estão a financiar, os impactos positivos sociais, económicos e ambientais dos negócios”, afirmou Luís Teles.Para o SBA, constitui prioridade financiar investimentos sustentáveis e capacitar as suas equipas em matérias de sustentabilidade.
O banco detido pelo Standard Bank Group, que tem as suas acções cotadas na Bolsa de Joanesburgo, “tem a ambição de financiar a transição energética em África. Não só pela expectativas do mercado e dos investidores, mas também por fazer parte da cultura organizacional do grupo a promoção de políticas que facilitam a transição energética, financiando iniciativas que cumpram com os critérios ESG”, destacou Luís Teles. Em Angola, o SBA constituiu uma Direcção de Cidadania Corporativa, que tem como responsabilidade a concretização de uma estratégia de sustentabilidade suportada por um conjunto de iniciativas que têm como pilares as pessoas, a comunidade, o planeta e o crescimento económico sustentável.
“Este ano, pela primeira vez, vamos publicar o nosso Relatório para a Sociedade, que foca nos temas ligados ao impacto social, ambiental e económico do nosso negócio, e com isso esperamos contribuir para influenciar o sector e os nossos clientes para a necessidade de terem em atenção o impacto dos seus negócios, do ponto de vista económico, social e ambiental”, salientou Luís Teles.
O evento reuniu peritos nacionais e internacionais do sector bancário, para discutir, entre outros pontos, a regulação, as exigências de capital e os reportes financeiros, a gestão de risco, tecnologias disruptivas, taxas de juro reduzidas, e a qualidade da gestão de dados, de forma a impactar positivamente os lucros corporativos, a estreitar a relação com o cliente e a apoiar a adopção dos critérios Ambiental, Social e Governança (ESG).