O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, defendeu, sexta-feira, no Cuanza-Sul, a proibição da exportação do quartzo, em virtude da capacidade interna da transformação deste recurso mineral essencial à transição energética.
O governante, que falava aos empresários do sector dos petróleos e recursos minerais, assinalou que com o advento das energias renováveis, aumentou a importância do quartzo, no que tange a transição energética, por ser um dos elementos principais para o fabrico dos painéis fotovoltaico.
“Já existe no país empresas a produzir silício (derivado do quartzo), daí que vamos, sim, proibir a sua exportação, pois somos capazes de desenvolver a indústria e podemos acrescentar valores aos nossos recursos minerais (…) mas porquê é que temos sempre que exportar os nossos minerais na sua forma bruta”, atirou o governante.
Sobre o valor industrial do Quartzo, ressaltou que a primeira geração do minério passa em obter silício metalúrgico e a segunda é aumentar a sua pureza para mais de 99,99, para se obter o silício cristalizado que é usado na indústria para a produção dos painéis solares.
Acrescentou que o próximo passo está relacionado com o trabalho para a produção do polissilício, por inexistência de uma fábrica em Angola.
“Empresários que respeitem a nossa decisão, porque a exportação só será permitido ao silício e futuramente o polisilício e, se alguns países que exploram o minério estão em Angola, então se justifica que eles instalem as suas tecnologias aqui no país e assim vamos trabalhar com eles”, reforçou.
Nesta senda, Diamantino de Azevedo anunciou que entrou na concorrência a SONANGOL.
“ Não pretendemos dar o monopólio de exploração do quartzo à Sonangol, porém pretendemos atingir a fabricação do polisílicio, bem como fazer do desenvolvimento tecnológico o principal pilar para o desenvolvimento sócio-económico sustentável de Angola”, rematou.
Na província do Cuanza-Sul explora-se o quartzo, sobretudo, no município da Conda, cuja estatística apontou que em 2023 houve uma produção de uma tonelada e 450 quilogramas com valor arrecadado de um milhão, 294 mil e 689 Kwanzas.
Por outro lado, informou que o país tem, igualmente, capacidades e recursos minerais para produzir o aço.
Outrossim advertiu aos empresários a agirem de acordo com a legalidade em vigor no país, pois a fase pedagógica está a chegar ao fim e existe um código mineiro.
Para o efeito, providenciou que os empresários devem efectuar uma solicitação ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que, por sua vez, solicitará os pareceres dos governos provinciais.
Lembrou-lhes, também, para a importância do pagamento dos impostos e da responsabilidade social.