Cerca de USD 3 milhões desapareceram misteriosamente do caixa da LAM. Companhia inicia investigação

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A companhia aérea moçambicana LAM – Linhas Aéreas de Moçambique deu início a uma investigação interna após descobrir que cerca de USD 3,2 milhões desapareceram de diversos pontos de venda de passagens durante dezembro, conforme revelou Sérgio Matos, diretor de reestruturação da empresa, em uma conferência de imprensa em Maputo.

Atualmente, a empresa rastreia o fluxo de fundos entre seus Pontos de Venda (POS) na tentativa de identificar como e onde a quantia foi desviada.“Há duas semanas lançamos uma operação para descobrir para onde está indo o dinheiro. Estamos vendendo mais, mas a empresa não está recebendo todo o dinheiro”, afirmou Matos. O diretor ainda mencionou que “estamos trabalhando rapidamente com a segurança interna da LAM e recolhemos quase todos os POSs.

”Matos classificou a situação como um esquema de apropriação indébita e explicou que “nos últimos três meses de avaliações vimos que a diferença que estamos tendo estava na ordem de USD 2 milhões ou USD 3 milhões. Só em dezembro, houve um déficit de USD 3,2 milhões.”Outras irregularidades foram descobertas em relação ao fornecimento de combustível para jatos. “Se um avião tem capacidade de combustível para aproximadamente 80 mil litros, nos documentos o mesmo avião está sendo abastecido com 95 mil litros. Então a questão é, para onde vão os 15 mil litros restantes?” questionou Matos.

No dia 11 de fevereiro, a LAM foi forçada a atrasar vários voos devido à escassez de combustível. Embora a equipe de reestruturação da companhia aérea e os fornecedores discordem sobre quem é responsável pela situação e qual sua causa exata, há um consenso de que a LAM possui uma dívida de USD 70 milhões com o fornecedor.

Apesar da tensão, Matos insistiu que não há problemas com pagamentos, mas sim uma “falta de combustível do fornecedor”. Ele também afirmou que, desde dezembro, a LAM deve apenas à Petromoc e a nenhum outro fornecedor de combustível.

Em uma carta enviada no dia 14 de fevereiro ao Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, a alta administração da LAM distanciou-se das declarações feitas por Matos e pela Fly Modern Ark, negando que certos gerentes da LAM tenham participado de apropriação indébita ou de sabotagem.

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