A Organização Mundial da Saúde lançou o aviso de uma nova pandemia que poderia ser 20 vezes mais mortal do que a Covid-19.
Durante o Fórum Económico Mundial, em Davos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou o alerta sobre a ‘Doença X’, que poderia vir a ser 20 vezes mais mortal do que a Covid-19.
A descrição pode ter deixado muitas pessoas preocupadas. Ainda assim, para já não existe qualquer tipo de ameaça iminente. “Chama-se ‘Doença X’ precisamente porque ainda não existe. Uma doença que não existe não pode motivar qualquer tipo de alarme”, esclarece Hélder Pinheiro, médico infeciologista e docente na NOVA Medical School, em entrevista ao jornal português Notícias ao Minuto.
Muito mais do que um aviso à população em geral, trata-se de aumentar a vigilância da comunidade científica para futuras pandemias. “Esta estratégia da OMS, que é uma estratégia valiosa, permite que a comunidade científica e médica se prepare de alguma forma para potenciais epidemias em larga escala e potenciais pandemias”, continua.
Ou seja, é uma preparação muito idêntica à que existe com outro tipo de problemas, como as catástrofes naturais. “Aqui o que se pretende é montar um sistema semelhante, só que em vez de ser em terramotos, cheias ou incêndios, tem a ver com o aparecimento de um vírus ou de uma bactéria que forma um foco de potencial pandémico. No fundo, é conseguir estar alerta e seguir a evolução dos acontecimentos”, explica Miguel Castanho, cientista do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa.
“O objetivo da OMS, não é alarmar, é criar ferramentas para que a comunidade científica responda prontamente se houver uma dessas situações”, continua.
Um vírus, uma bactéria? O que será a ‘Doença X’?
Apesar dos vários avanços científicos, não é certo que se consiga definir logo à partida um potencial pandémico, uma vez que existem várias possibilidades. “Não sabemos se vai ser um vírus, se vai ser uma bactéria, de que tipo de microrganismo é que estamos a falar. Isso prende-se muito com o risco de uma pandemia ter evoluído ao longo dos anos”, conta Hélder Pinheiro.
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