O corredor sul, que atravessa às províncias do Namibe, Huíla e Cuando Cubango, movimentou durante os últimos seis meses do ano em curso, via Porto do Namibe, cerca 600 mil toneladas de carga.
Segundo os dados revelados este domingo pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, por via do Caminho de Ferro de Moçâmedes foram transportadas 100 mil toneladas.
Ricardo Abreu falava na cerimónia de abertura da Jornada de Revitalização do Processo de Transportação e Exportação de mineiro ferro e rochas ornamentais da região Sul de Angola.
“São números menores, é certo, mas sabemos todos que a crise económica mundial não nos tem dado tréguas, que as cadeias logísticas internacionais se têm deparado com desafios e dificuldades várias que as nossas infra-estruturas e a nossa economia não são incólumes aos efeitos destas dificuldades globais”, disse.
O Porto do Namibe prevê a movimentação, este ano, de aproximadamente um milhão de toneladas de carga.
Dados que, segundo o governante, requerem o esforço de todos os intervenientes, para aumentar o ritmo de produção e assim alcançar os objectivos preconizados.
“ É um esforço que deve ser ainda maior no domínio do transporte de carga via ferroviária, uma vez que no primeiro semestre deste ano estamos aquém das nossas expectativas, por termos atingido apenas 50 por cento do grau de execução da nossa meta anual, que é a de transportarmos, por esta via, aproximadamente 200 mil toneladas”, acrescentou.
Salientou ainda que o corredor sul é o que mais contribuiu para as exportações nacionais em termos de volume.
Frisou ser um corredor apenas doméstico, com características que acabam por aumentar a representatividade dos números de carga já transportada. Para este ano, disse, a intenção é lançar um concurso para a concessão da sua gestão por entidades privadas, que serão responsáveis pela sua extensão com a fronteira com a Namíbia e com a Zâmbia.
“ Este é um corredor no qual se está a verificar um crescimento dos índices de desenvolvimento do sector mineral, o que já está a pressionar os serviços de transporte e as infra-estruturas de que dispomos. A mina da Jamba mineira, que produz minério de ferro, e a do Cuxi, que produz ferro gunza, são bons exemplos”, sublinhou o ministro.
Em paralelo, realçou ainda que neste corredor sul assiste-se também so crescimento do sector das rochas ornamentais, aumentando ainda mais a pressão sobre os serviços e as infra-estruturas de transportes e tornando necessária e cada vez mais urgente a sua intervenção coordenada para que o progresso e o desenvolvimento aconteçam e sejam frutíferos para todos.
Nesta jornada, conforme detalhou o ministro, o maior desafio é de identificar as necessidades em função dos previstos níveis de produção para que o sector dos transportes se possa adequar em função da procura real dos minerais e das rochas ornamentais produzidos e a transportar.
Para o efeito, disse, é necessário que parceiros do lado financeiro, público e privados, possam perceber as necessidades de financiamento e o envolvimento das entidades públicas.
“Estamos aqui reunidos para trabalharmos na criação de um espaço de diálogo entre todos os intervenientes, coordenado, integrado e inclusivo. Porque só desta forma conseguiremos de facto garantir a existência dos serviços adequados quer em temos portuários, quer ferroviários, para que a produção seja escoada em tempo útil, de forma eficiente e rentável para os operadores que a produzem e que a transportam”, realçou.
Na província do Namibe, o ministro visitou as zonas de implementação do Projecto Integrado de Desenvolvimento da Baia de Moçâmedes e Infra-estruturas Ferroviárias e do CFM, terminal Mineraraleiro do Saco-Mar, a oficina do CFM no Saco-Mar e o terminal multiuso.