Armstrong : o Bach americano ofuscado pelo racismo

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Texto de Raimundo Salvador

Na década de 20 do século passado catedráticos de Harvard, a elite cultural do nordeste dos EUA, organizaram um encontro para debater , essencialmente, duas questões : onde estava a música americana? Como desenvolveriam uma música verdadeiramente americana?

Segundo Giddins, crítico de jazz, os académicos pensavam que achariam um grande músico americano na única tradição que conheciam: a europeia. Eles não sabiam, conclui o crítico, que enquanto procuravam pelo Bach americano, ele já estava lá, mas não atendia à descrição deles. Seu nome: Louis Armstrong.

Um verdadeiro génio, sublinha Wynton Marsalis. Todos os músicos e em todos instrumentos imitavam-no, tentavam tocar como ele: clarinete, saxofone, percussão. Duke Ellington dizia que na sua banda queria um Armstrong em todos os instrumentos.

Ken Burn, realizador do mais celebrado documentário da história do Jazz, diz que Armstrong é para o Jazz o que Einstein é para a Física, o que Freud é para a Medicina.

Armstrong é a pessoa mais importante da música na América do século 20, não apenas do jazz, dizem estudiosos. Vejamos: criou o que se chama de compasso moderno, ou suingue, o conceito de tocar antes ou depois da nota.

E todos, depois dele, tiveram de lidar com o seu legado em todos os instrumentos. E fez o mesmo no canto, o scating, influenciando gente como o Frank Sinatra, John Hendrix, Mildred Bailey, Toni Bennett, Billie Holiday…um mentor sem igual, um génio, que na década de 20 do século passado o preconceito de académicos não permitiu descortinar a presença do Bach americano, Louis Armstrong, o magistral.

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