O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou hoje a previsão para o crescimento da economia da China em 2024 de 4,6% para 5%, a meta fixada pelo Governo chinês em março.
“O crescimento económico da China deverá permanecer sólido em 5% em 2024 e abrandar para 4,5% em 2025″, afirmou o FMI num comunicado, divulgado após o final de uma visita de 12 dias à China de uma equipa da instituição multilateral.
O FMI previa anteriormente um crescimento de 4,6% este ano. A revisão em alta da previsão é “impulsionada por fortes dados do PIB [produto interno bruto] do primeiro trimestre e por medidas políticas recentes”, acrescentou o fundo.
A economia da China cresceu 5,3%, no primeiro trimestre de 2024, após ter sido impulsionada pelas políticas de estímulo do Governo e o aumento da procura.
A China anunciou em 17 de maio, um dia após o início da visita da equipa do FMI, novas medidas para revigorar o setor imobiliário, depois de os últimos dados terem revelado que os preços da habitação caíram quase 10% desde o início do ano.
As autoridades reduziram a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitações e instaram as administrações locais a comprar aos promotores imobiliários terrenos não urbanizados ou imóveis não vendidos.
Várias cidades, incluindo a capital financeira do país, Xangai, também suspenderam as restrições às transações de imóveis, que caíram 24,3% em 2022 e mais 8,5% em 2023, medidas por área útil.
O FMI saudou hoje as medidas tomadas pela China e defendeu que “a correção em curso no mercado imobiliário, necessária para orientar o setor para uma trajetória mais sustentável, deverá continuar”.
No entanto, “um conjunto mais abrangente de medidas facilitaria uma transição eficiente e menos onerosa, ao mesmo tempo que protegeria contra os riscos de deterioração” do mercado, observou a instituição.
No médio prazo, “o crescimento deverá abrandar para 3,3% devido ao envelhecimento da população e ao abrandamento dos ganhos de produtividade”, detalhou a vice-diretora-geral do FMI, Gita Gopinath, citada no comunicado.
Segundo dados oficiais, existem na China cerca de 280 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, 19,8% da população total. Em 2035, estima-se que haverá mais de 400 milhões de idosos, mais de 30% da população.
A número dois do FMI também destacou “os desafios orçamentais significativos, especialmente para os governos locais” que o país enfrenta, acrescentando “que é necessária uma consolidação fiscal sustentada a médio prazo”.
A agência de notação financeira Moody’s baixou em dezembro a perspetiva da dívida da China de “estável” para “negativo”, devido aos “indícios crescentes de que o governo e o setor público vão prestar apoio financeiro aos governos regionais e às empresas públicas em dificuldades”.