As trocas comerciais entre Angola e a China atingiram os 10,6 mil milhões de dólares de Janeiro a Junho deste ano, um incremento de 4,6 por cento, em relação às transacções registadas no mesmo período do ano passado, revelou, ontem, em Luanda, o embaixador chinês.
Zhang Bin, que falava em conferência de imprensa, disse que o monitor mostra que a China exporta para Angola, principalmente, equipamentos electrónicos e maquinaria, bem como produtos cirúrgicos e alguns itens da indústria leve. De Angola, o gigante asiático importa sobretudo petróleo, produtos minerais, alimentos, bebidas e outros da indústria leve.
Dívida da China
De acordo com o embaixador a dívida de Angola com a China apresenta uma tendência de baixa, tendo passado de 17,9 mil milhões de dólares, em 2021, para 15,8 mil milhões de dólares, em Junho de 2023, o “que demonstra uma transformação e mudança, sendo semelhante à dívida com outros credores e organizações internacionais”.
Com um financiamento de 51 mil milhões de dólares para África, para os próximos anos, anunciado durante a Cimeira de 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), a China projecta a construção de 25 centros de estudos em África.
De acordo com as informações avançadas, em relação a Angola, nesta área de cooperação, a China tem uma base sólida em infra-estruturas e está a negociar projectos concretos.
Actualmente, existem no país mais de 400 empresas chinesas, com predominância nas áreas do comércio, tecnologias, agricultura e exploração de minerais que realizam negócios e “investimentos de forma produtiva”.
“Não interferimos nos assuntos internos dos países com os quais cooperamos e, ao mesmo tempo, não permitimos que outros países interfiram na nossa cooperação externa”, sublinhou o responsável chinês, que dá nota de que a cooperação entre os dois países fortaleceu nos últimos 20 anos, registando-se, sobretudo, a construção de infra-estruturas em Angola.
“Nossos investimentos enriquecem a categoria e a variedade de produtos no mercado angolano. Os angolanos já podem desfrutar de produtos de alta qualidade sem a necessidade de sair do seu país e estamos a contribuir para o processo de diversificação da economia”, afirmou o embaixador.
Lembrou que, actualmente, muitas empresas chinesas estão a responder ao apelo do Governo para a consolidação estratégica nos sectores prioritários, como Indústria, Agricultura e Mineração.
Essas novas áreas de colaboração incluem a agricultura, agropecuária, plantação, sector industrial, sectores produtivos, imobiliário, parques industriais e centros comerciais.
Zhang Bin destacou o investimento na província de Malanje de uma fazenda de mais de 20 mil hectares para a produção de diversos produtos, incluindo 10 mil toneladas de arroz, caprinos e bovinos, o maior investimento da China na área em África.
Na área industrial, o diplomata sublinhou a construção de uma fábrica de alumínio e oxigénio, cuja primeira fase está avaliada em 250 milhões de dólares americanos, com uma produtividade anual de cerca de 120 mil toneladas.