Julian Assange deixa prisão após acordo com a justiça americana

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, vai declarar-se culpa de uma acusação criminal depois de ter feito um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que colocará um ponto final na longa saga sobre a publicação de documentos confidenciais americanos.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 24, pelo Departamento de Justiça, equivalente à procuradoria-geral da República. De manhã, ele foi visto a deixar a prisão de segurança máxima Belmarsh, em Londres, e tomar um avião.

Assange deve comparecer no tribunal federal americano nas Ilhas Marianas, uma comunidade dos EUA no Pacífico Ocidental, nesta terça-feira, 25, e declarar-se culpado da acusação da Lei de Espionagem.

Os procutadores americanos concordaram pedir uma sentença correspondente aos cinco anos que Assange já passou numa prisão britânica de segurança máxima, enquanto lutava para evitar a extradição para os EUA.

O advogado de Assange nos Estados Unidos, Barry Pollack, não respondeu aos pedidos de comentários feitos pela AP.

A confissão de culpa, que ainda tem de ser aprovada por um juiz, põe fim, de forma surpreendente, a este caso criminal, em que os Estados Unidos queriam julgar o editor do WikiLeaks, um site extremamente popular de divulgação documentos secretos que fez dele uma causa célebre entre muitos jornalistas e defensores da liberdade que disseram que ele agiu como jornalista para expor irregularidades militares dos EUA.

Os investigadores, pelo contrário, afirmaram repetidamente que as suas ações violaram leis destinadas a proteger informações sensíveis e colocaram em risco a segurança nacional do país.

Após a audiência nesta terça-feira, Julian Assange deverá regressar imediamente ao seu país, Austrália.

“Julian Assange está livre. (…) Isso é o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espetro político, chegando até as Nações Unidas”, afirmou o WikiLeaks em comunicado no X (antigo Twitter).

O comunicado do WikiLeaks lembra ainda que Assange passou mais de cinco anos numa cela de 2×3 metros e isolado 23 horas por dia.

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