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Apesar de Angola estar entre os países mais urbanizados da África subsariana, com aproximadamente 67% da sua população (mais de 21 milhões de pessoas) a viver em áreas urbanas, o aumento da taxa de urbanização no país “não se traduziu plenamente no crescimento económico e na redução da pobreza”, revela estudo do Banco Mundial.
Segundo esta instituição financeira mundial, a população urbana angolana continua a crescer, mas o país urbanizou-se sem o desenvolvimento de um sector industrial que atrai trabalhadores agrícolas para a cidade à procura de empregos bem remunerados (sem transformação estrutural).
Conforme o Banco Mundial, os benefícios do crescimento económico e da urbanização “não têm sido amplamente distribuídos nas cidades angolanas”, cujos residentes enfrentam desafios a nível do desemprego, da pobreza e desigualdade.
A par disso, o documento do Banco Mundial, intitulado “Estudo diagnóstico da urbanização em Angola”, aponta igualmente a existência do baixo fornecimento de infra-estruturas de qualidade e a mão-de-obra pouco qualificada no país como constrangimentos vinculativos ao crescimento local diversificado e ao investimento privado.
De acordo com este relatório, a urbanização e o desenvolvimento estão estreitamente ligados, e os potenciais benefícios económicos da urbanização são múltiplos.No documento, o Banco Mundial estima que a população urbana angolana atinja os 61 milhões até 2050, representando o triplo da actual população, facto que irá pressionar as infra-estruturas e serviços essenciais nos centros urbanos.
O estudo diagnóstico da urbanização em Angola, que a Revista Outside teve acesso esta terça-feira, tem como objectivo compreender o papel da urbanização como motor de crescimento inclusivo e resiliente, assim como apoiar a agenda de reformas do Governo angolano na identificação e avanço de intervenções prioritárias no sector urbano que promovam um modelo de crescimento mais diversificado.