O Executivo tem disponível 27 mil milhões de kwanzas para financiar iniciativas públicas e privadas destinadas ao mercado de emprego informou, terça-feira, em Luanda, o director nacional do Trabalho.
António Estote disse, durante a apresentação do Relatório Anual de Emprego 2023, que o Executivo em sede da Agenda Nacional para o Emprego criou dois instrumentos, sendo o primeiro denominado Fundo Nacional de Emprego de Angola (FUNEA), instrumento que visa garantir os recursos financeiros necessários à promoção de iniciativas públicas e privadas que permitam a inserção de recém-formados e desempregados no mercado de trabalho.
Um outro instrumento, disse, é o Observatório Nacional para o Emprego que é uma plataforma criada com o objectivo de gerir informações qualitativas e quantitativas relacionadas com o mercado do emprego.
António Estote disse que a mesma surge da identificação feita através dos centros de emprego, Segurança Social, e agências de colocação com o objectivo de tratar as informações relacionadas ao emprego para a produção de instruções que permitam calibrar as políticas.
O director considerou ainda existir algumas dificuldades sobretudo em relação ao número de informalidade no país.
” O nível de informalidade ronda os nove milhões de jovens, e apenas dois milhões possuem um emprego formal, daí termos criado a Agenda Nacional para o Emprego com recomendações concretas para cada sector, desde a Agricultura à Pesca”, disse.
Acreditamos, disse, que com este relatório que vem complementar os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE) consigamos estabelecer uma base para mitigar a problemática do desemprego.
Relatório de Emprego
O primeiro Relatório Anual de Emprego 2023 apresentado, ontem, indica que a diferença da procura sobre a oferta de emprego é de 80 por cento, sendo que tanto a procura quanto a oferta de trabalho é mais centrada em Luanda, seguida de Benguela que começa a adquirir alguma importância.
O relatório foi elaborado com base nos dados do portal de colocação de emprego Jobartis, executado pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola ( CINVESTEC) e a Jobartis em colaboração com a CRH.
Segundo dados do relatório, a diferença entre a procura sobre a oferta de emprego é de 80 por cento, sendo que tanto a procura quanto a oferta de trabalho é mais centrada em Luanda, seguida de Benguela que começa a adquirir alguma importância.
De acordo com o relatório, nove por cento do total dos candidatos a um emprego têm idade compreendida entre os 18 e 22 anos, 76 por cento dos 23 aos 35 anos, e 15 por cento dos 36 aos 60 anos de idade. Dos quais 69 por cento possui licenciatura, 48 por cento ensino médio cerca de 90 por cento outros níveis de escolaridade.
O relatório revela ainda que, o salário mínimo nas empresas está na ordem dos 30 mil kwanzas sendo o tecto máximo 15 milhões de kwanzas.