O Conselho de Governadores do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou um aumento geral de capital mobilizável (GCCI) de 117 mil milhões de dólares para preservar a sua capacidade de empréstimo e responder às exigências de uma agência de crédito.
A autorização aumenta o capital autorizado do Banco de 201 mil milhões de dólares para 318 mil milhões de dólares.
Ao anunciar a aprovação, durante os Encontros Anuais do Grupo Banco Africano em Nairobi, Quénia, o presidente do BAD, Akinwumi Adesina, disse que se trata de uma grande quantidade de recursos que “nos foram agora dados para manter e alavancar o nosso poder de fogo, preservando ao mesmo tempo o nosso rating triplo A. Estou grato aos accionistas do Grupo e sinto-me humilde perante o seu nível de confiança na instituição”.
“Esta é uma grande demonstração da fé e da confiança que os nossos accionistas depositam em nós – a sua confiança na nossa capacidade de utilizar bem os nossos recursos, para mobilizar mais capital para podermos fazer mais”, afirmou.
A vice-presidente do Grupo Banco Africano para as Finanças e CFO, Hassatou Diop N’Sele, disse que as classificações AAA do Banco foram reafirmadas pelas quatro agências de classificação globais – Standard and Poor’s (S&P), Moody’s, Fitch e Japan Credit Rating (JCR) em 2023, sublinhando a sua posição de adequação de capital muito forte, gestão financeira prudente, cobertura de liquidez muito elevada, excelente registo de financiamento, estatuto de credor preferencial e apoio muito forte dos accionistas.
Tendo em conta a recente descida do rating de alguns dos principais accionistas AAA do Banco e os critérios de notação de uma agência de notação financeira, que estipulam que o Banco Africano de Desenvolvimento detenha um determinado nível de capital exigível AAA para apoiar o crescimento dos seus empréstimos, a necessidade de um aumento do capital exigível tornou-se essencial, explicou.
Os países africanos membros do Banco estão a enfrentar uma crise de dívida crescente, impactos acelerados das alterações climáticas e uma insegurança e instabilidade política crescentes.
O aumento de capital mobilizável vai permitir ao Banco responder aos crescentes pedidos de ajuda dos seus países membros para fazer face a estes desafios.
Ao mesmo tempo, constitui uma resposta decisiva ao apelo da comunidade económica mundial para que os bancos multilaterais de desenvolvimento tomem medidas no âmbito da agenda de reformas e evolução do G20.
África cresce
O crescimento económico médio de África em 2023 caiu para uma estimativa de 3,15 por cento, abaixo dos 4,1 por cento do ano anterior, uma vez que os sucessivos choques enfraqueceram os ganhos pós-pandemia, afirmou o o BAD num relatório.
O documento “Perspectivas Económicas Africanas 2024” atribuiu a diminuição a factores como os preços elevados dos alimentos e da energia, a fraca procura global que pesa sobre o desempenho das exportações, as alterações climáticas e os fenómenos meteorológicos extremos sobre a produtividade agrícola e a produção de energia e bolsas de instabilidade política e conflitos em alguns países africanos.