O embaixador da Itália em Angola, Cristiano Gallo, anunciou esta quinta-feira, em Luanda, que o seu país tem disponíveis 5.5 biliões de Euros para financiar projectos de produção de energias limpas, no quadro da transição energética pelo mundo.
Em declarações à imprensa, à margem da Conferência Sobre Inovação e Transição Energética, organizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) em parceria com a MAIRE e a Câmara do Comércio e Indústria Angola-Itália, o diplomata fez saber que parte deste valor será investido em Angola.
Segundo Cristiano Gallo, várias empresas italianas manifestam o desejo de investir no sector energético em Angola, com novas tecnologias que facilitem a transição energética, entre outras questões que ajudem a reduzir a emissão de dióxido de carbono. Disse que as empresas já começaram a realizar estudos de viabilidade económica e a apresentar, ao Governo angolano, projectos que podem ser financiados pelo Estado italiano, para a concretização da transição energética.
A Itália, prosseguiu, pretende também reforçar os acordos com o Governo angolano, ajudando a diversificar a economia nacional, através do potencial que dispõe em vários domínios, com realce para o sector da energia, petróleo e gás, onde se destaca a empresa ENI.Por sua vez, o administrador Executivo da ANPG, Artur Custódio, reiterou que Angola pretende descarbonizar a actividade petrolífera até 2050, uma meta cuja concretização contará com o apoio de vários parceiros no interior e exterior do país. Disse que a Itália e a França, por exemplo, já manifestaram o interesse de apoiar este projecto com tecnologias avançadas.
“Eles querem apenas saber se existe no país instrumentos legais que asseguram um investimento seguro e sustentável, para depois entrarem em acção”, disse o responsável, garantindo haver condições para os investidores se sentirem confortados. Durante a conferência, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis e a Universidade Jean Piaget assinaram um memorando de cooperação, consubstanciado na investigação científica e formação de quadros para a gestão da transição energética.O evento debateu, entre vários temas, os desafios e as oportunidades da matriz energética de Angola, os biocombustíveis e o seu impacto na descarbonização, bem como as contribuições do sector petrolífero na diversificação energética.