Passageira que difama motorista de transporte por aplicativo é detida

Data:

O Serviço de Investigação Criminal deteve na quarta-feira uma cidadã por difamação de um motorista de transporte por aplicativo. O caso originou-se esta semana nas redes sociais, quando a passageira acusou o motorista de ser perigoso e sequestrador, informação que desmentiu dias mais tarde num pedido público de desculpas. A cidadã aguarda o julgamento por difamação em liberdade, após o pagamento de uma fiança.

Tânia Muanda que, no início desta semana, acusou um motorista de transporte de aplicativo de ser “altamente perigoso” e um “sequestrador”, foi detida na quarta-feira, sob a acusação de difamação.

Na terça-feira passada, esta passageira de um táxi de aplicativo difundiu nas redes sociais uma fotografia de um motorista identificado como “Manuel”, acusando-o de ser “gatuno, altamente perigoso” de andar armado e de “usar pó pra sequestrar clientes”.

Um dia depois, Tânia Muanda gravou um vídeo onde admitia ter mentido e pedia desculpas. “Foi uma complicação que tive com o motorista”, explicou, reconhecendo “ter pedido a cabeça” com as acusações. “O senhor não anda com pó, não anda armado, ele também não sequestra pessoas (…) eu falei assim, porque fiquei super, hiper, mega chateada”, admitiu.

Nesse mesmo dia, o motorista Manuel Abílio apresentou às autoridades uma queixa por difamação contra Tânia Muanda, o que levou à detenção da passageira. Em declarações esta sexta-feira no programa Kiandando, da Rádio Luanda, admitiu que “a situação está a afectar psicologicamente” o seu núcleo familiar. “Eu estou com medo, não consigo trabalhar, não consigo sair à rua (…) os meus filhos não vão à escola”, comentou ao jornalista Francisco Miguel. E sublinhou que, “apesar da passageira ter publicado outro vídeo” a explicar a verdade, “muitas pessoas não o viram”.

Em Angola, a difamação está tipificada como um crime no Código Penal, dado que “atenta contra os direitos de personalidade” segundo o jurista Pedro Gaca. “A lei classifica esta questão como danos não patrimoniais, porque não há dinheiro que pague as consequências de actos que atentem contra a reputação, a imagem e o bom nome de uma pessoa, ou que lhe impute actos falsos, como aconteceu neste caso. Como tal, um lesado tem legitimidade para interpor uma acção cível e uma acção crime”, explicou.

Após o pagamento de uma fiança, Tânia Muanda aguarda em liberdade para responder ao processo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Partilhe com amigos:

Seja um Leitor Gold

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Popular

Artigos relacionados
Artigos relacionados

Pequenas e médias empresas representam quase 100% do tecido empresarial do país

As Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME’s) representam um...

Zona Económica Especial teve lucro de 18,2 mil milhões Kz em 2023

A Zona Económica Especial (ZEE) encerrou o exercício económico...

Segunda  edição de TechInsight debate inovação e blockchain no sector financeiro angolano

A segunda edição do ciclo de conferências TechInsight analisa,...

ENSA bate recorde e consolida liderança

Seguradora assinala 100 mil milhões de kwanzas em prémios...