Angola gasta 200 milhões de dólares por mês na importação de bens alimentares como arroz, açúcar, carne de frango, trigo e óleo alimentar, disse esta terça-feira o ministro de Estado e da coordenação Económica.
José de Lima Massano, que falava na abertura da 3.ª edição do Angola Economic Outlook, disse que Angola não pode continuar a depender de fatores externos para alcançar a autossuficiência alimentar, destacando também os efeitos sobre a estabilidade dos preços.
A importação de alimentos, frisou, tem impactos diretos na dinâmica de crescimento económico e na criação de postos de trabalho, mas também sobre a inflação, que depende do comportamento dos preços dos alimentos que representam cerca de 60% do cabaz típico de produtos consumidos pelos angolanos.
“Este cenário não faz sentido num país com recursos e capacidade para desenvolvimento do setor agropecuário”, afirmou Lima Massano, salientando que Angola pode produzir internamente grande parte dos produtos para atender às necessidades da população.
O desenvolvimento deste setor tem potencial de criação de emprego, potenciar a agroindústria e gerar recursos cambiais, além de melhorar a segurança alimentar, continuou.
Lima Massano deu conta das medidas do executivo direcionadas para o setor, entre as quais maior dotação orçamental para o Ministério da Agricultura, com um incremento de mais de 80%, créditos para a campanha agrícola e preços mínimos garantidos para produtos agrícolas.
A este propósito, adiantou que serão anunciados já em junho preços e produtos para a campanha agrícola 2024/2025.