O Banco Nacional de Angola (BNA), regulador do sistema financeiro angolano, publicou na última semana o seu relatório e contas, referente ao ano de 2023, tendo as mesmas terem sido aprovadas sem reservas pela auditora EY, constatou à Revista Outside.
No documento de 288 páginas, o BNA confirma o aumento da dívida para 88% do Produto Interno Bruto, com máximo de 80,61 mil milhões de dólares norte-americanos, uma subida de 11,46, se comparado com o ano de 2022.
O regulador, sublinha, por outra que a dívida externa de Angola, que representa 74,10% do total, somou 39,33 biliões de kwanzas, um aumento de 63%, e é justificado pela depreciação do Kwanza face ao dólar.
Já a dívida interna, o BNA salienta que houve um registo stock de 13,75 biliões de kwanzas, 37,5% acima do ano anterior, “devido à sobreposição da emissão, face às amortizações, bem como pela valorização cambial dos títulos indexados e expressos em moeda estrangeira”.
A dívida das empresas públicas registou um stock de 2,55 biliões de kwanzas face aos 2,30 biliões Kz do ano anterior, dos quais 95,13% deste valor foi contraído pela Sonangol, maior empresa pública do país.
O Banco Nacional de Angola, justifica que este aumento reflecte, sobretudo, a depreciação do Kwanza de cerca de 39,23% face ao dólar americano.
Em 2023, segundo o relatório e contas do BNA, a taxa de crescimento do PIB desacelerou para 0,9%, impulsionada pela contração da actividade petrolífera em 2,4 e pela desaceleração do sector não petrolífero, que cresceu 2% face aos 4% de 2022.