A conta corrente da balança de pagamentos de Angola contraiu 64,2% em 2023 face a 2022, apesar de registar um excedente de 4,2 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros), devido à queda das exportações petrolíferas.
O saldo da conta corrente em 2022 representava 11.762,9 milhões de dólares (10,7 mil milhões de euros) contra os 4.210 milhões de dólares em 2023, uma queda de 64,2%.
De acordo com a nota do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a informação das estatísticas externas de 2023, consultada hoje pela Lusa, o saldo excedentário da conta corrente foi equivalente a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
A diminuição das exportações de bens, sobretudo de petróleo bruto, decorrente da queda dos preços das ramas angolanas em 20,2%, contribuiu para o desempenho desfavorável da conta corrente, não obstante se ter observado uma diminuição das importações de bens e serviços (17,1%) e do défice dos rendimentos primários (1.2%) e secundários (55,8%), segundo o BNA.
O banco central angolano referiu, por outro lado, que a conta capital e financeira registou, neste período, um desagravamento do seu défice em 49%, ao passar de 7,8 mil milhões de dólares (7,1 mil milhões de euros) em 2022 para 3,9 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) em 2023.
Em relação à posição líquida do investimento internacional, esta registou, no ano passado, um desagravamento do seu défice em 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros), “como resultado da redução dos passivos com não residentes, não obstante a redução dos ativos”.
O BNA salientou ainda que, dos principais ativos que Angola detinha, neste período, destacavam-se os ativos de reserva, cujo ‘stock’ se fixou em 14,7 mil milhões de dólares (13,5 mil milhões de euros) no final de 2023, equivalente a oito meses de importação de bens e serviços contra 14,6 mil milhões de dólares de 2022.