Pelo menos 3.750 cidadãos namibianos criadores de gado estão ilegalmente na região sul de Angola a exercer atividades agropecuárias nas províncias do Cuando-Cubango, Cunene e Namibe, disserem hoje as autoridades angolanas.
Os dados foram divulgados numa nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores de Angola dando conta de que esta questão foi tema central na reunião de uma delegação multissetorial, encabeçada pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Téte António, na província do Cunene (sul de Angola).
As autoridades angolanas estimam que atualmente mais de 3.750 namibianos, 11.141 animais, entre bovinos, caprinos, cavalar e jumentos, distribuídos em 123 currais, estejam em território angolano.
Angola e Namíbia partilham uma extensão de 1.376 quilómetros de fronteira, confinando as províncias angolanas do Cuando-Cubango, Cunene e Namibe, com as províncias namibianas de Zambebi, Okavango Oeste, Okavango Leste, Shanghena e Omusati.
De acordo com o ministério, as relações entre os governos e os povos dos dois países são “excelentes”, registando-se, contudo, a “fixação ilegal de cidadãos namibianos que praticam atividades agropecuárias com tendência de mecanização em algumas zonas”.
Os ministros angolanos da Defesa Nacional, João Ernesto dos Santos, do Interior, Eugénio Laborinho, e os secretários de Estado da Administração do Território, para as Florestas e Ambiente também participaram na reunião.
O encontro conta ainda com as presenças do chefe do Serviço de Inteligência Militar de Angola, da governadora do Cunene e da embaixadora de Angola na Namíbia, bem como o ministro das Relações Internacionais e Cooperação namibiano.