A Sonangol reforçou o posicionamento no sector do Petróleo e Gás Natural, com aumento da produção dos blocos operados e a retoma da actividade de exploração petrolífera onshore, declarou o presidente do Conselho de Administração, ao anunciar os factos relevantes da evolução da companhia durante o ano.
Numa mensagem de Ano Novo dirigida aos trabalhadores da companhia, divulgada ontem, Sebastião Gaspar Martins destaca, no domínio da exploração onshore (em terra), a perfuração de dois poços nos Blocos KON-11 e 12, localizados na Bacia do Kwanza.
O líder da petrolífera estatal angolana realça, também a evolução ocorrida na busca da auto-suficiência doméstica de combustíveis para complementar os fornecimentos da Refinaria de Luanda, com a assinatura do contrato de engenharia, aquisições e construção (EPC) para a edificação da Refinaria do Lobito.
Apontou, como relevante, o lançamento da primeira emissão de obrigações, através de uma Oferta Pública de Subscrição, com um rácio de cobertura sobre a oferta de 111,94 por cento, o que considerou um “factor que demonstra a confiança dos investidores na trajectória financeira da nossa empresa”.
Segundo Sebastião Gaspar Martins, também foram registados avanços significativos nos projectos de refinação em Cabinda e no Soyo, tendo, por outro lado, sido concluída e colocada em operação a primeira planta de geração de energia eléctrica de fontes renováveis, no Namibe, com capacidade para 25 megawatts de energia solar na sua primeira fase.
Além disso, prosseguiu, deu-se sequência ao Projecto de Hidrogénio Verde e foi concluída a segunda fase do Projecto Falcão (de produção dos componentes para fertilizantes amónia e ureia), na província do Zaire, em projectos que disse enquadrarem-se na estratégia de transição energética da companhia.
A lista das realizações inclui o início das operações de dois navios do tipo Suezmax para reforço da frota marítima, os quais disse que tornam a companhia mais competitiva, e o avanço na construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande para assegurar a regularidade dos fornecimentos que cobrem a procura aumentada do consumo doméstico, além da acentuada evolução verificada na aplicação de um programa de modernização dos postos de abastecimento.
A evolução em 2023 também foi marcada pela aquisição, em Itália, de dois helicópteros do tipo AW-139 para a dinamização das operações da Sonair e a construção do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento no Cuanza-Sul, para além de ter-se registado um incremento na actividade formativa interna.
Estas realizações, considerou, são reconhecidas para lá da companhia, constituindo-se na explicação para as cinco distinções este ano recebidas em Angola e no estrangeiro.
Auto de consignação das obras da Refinaria do Lobito foi assinado
A petrolífera estatal angolana anunciou a assinatura do auto de consignação das obras da Refinaria do Lobito, Benguela, há pouco mais de uma semana, com o que fica iminente o arranque da construção daquela unidade, numa empreitada em Outubro último atribuída à China National Chemical Engineering Company (CNCEC).
A Sonangol, que ontem revelou a realização das reuniões, num programa que difunde na RNA, declarou que, com a assinatura o auto de consignação, o local da construção fica oficialmente entregue ao empreiteiro, marcando o início efectivo das obras.
O auto de consignação foi assinado pela vice-presidente para a área Internacional da CNCEC, Li Jian, e pelo director do projecto pela Sonangol, Giomar Correia.
A companhia declarou que a concretização dessa empreitada reflecte um compromisso conjunto que terá uma influência notável na evolução e desenvolvimento do sector petrolífero angolano, considera a companhia.
O contrato de seis mil milhões de dólares para a construção da Refinaria do Lobito foi assinado a 20 de Outubro último, entre a Sonangol e a CNCEC, num acto em que o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, anunciou o desencadeamento de negociações para transformar a empreitada num projecto de vocação regional.