O parque angolano de carros eléctricos cresce 100 por cento, de dois mil automóveis, este ano, para quatro mil, em 2024, de acordo com projecções do presidente executivo da CVE Angola, uma companhia que, há uma semana, no sábado, 9, abriu, em Luanda, o primeiro ponto de carregamento para electromotorizados. O parque angolano de carros eléctricos cresce 100 por cento, de dois mil automóveis, este ano, para quatro mil, em 2024, de acordo com projecções do presidente executivo da CVE Angola, uma companhia que, há uma semana, no sábado, 9, abriu, em Luanda, o primeiro ponto de carregamento para electromotorizados.
Adilson Matoso revelou ao Jornal de Angola informações de um estudo de mercado próprio (realizado para a implantação do negócio de pontos de carregamento) que, depois de o mercado ter sido preenchido por dois mil veículos chineses, outros dois mil chegam a Angola em 2024, provenientes dos Estados Unidos.
De acordo com o empresário, a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), apenas a África do Sul, com o mesmo número de veículos este ano registados em Angola, tem uma mobilidade eléctrica equiparada.
“Neste momento, Angola está à frente, mas o cenário pode mudar a qualquer altura: Botswana, Namíbia, Zâmbia e Malawi estão, também, a investir forte no sector, embora Angola e África do Sul estejam na lista dos países da SADC com maior número de carros electromotorizados”, disse Adilson Matoso.
Para definir o mercado angolano da mobilidade eléctrica, o empresário considerou que se “pode dizer que o país já se está a dar os primeiros passos, pois os veículos electromotorizados já fazem parte da paisagem rodoviária nacional”.
A relutância na adopção desse tipo de automóveis reside, sobretudo, no facto de existirem poucas opções de carregamento: os automobilistas temem parar no caminho devido à falta de opções para o carregamento eléctrico, disse, notando que “também não há incentivos ao consumidor final por falta de uma legislação aprovada em relação ao uso dos carros eléctricos”.
O empresário considera que, no processo da transição energética na mobilidade, Angola está a trilhar o seu próprio caminho, com o sector privado a liderar a introdução do veículo eléctrico. “O Estado não pode ser o único a arcar com a maior parte do peso da gestão do país”, afirmou.
Ao contrário, prosseguiu, “o Estado está para traçar políticas e criar o ambiente propício, o suficiente, para os investidores aderirem com iniciativas duradouras”.
Declarou ser necessário que o sector privado lidere o mercado da mobilidade eléctrica e “que tem estado a acontecer até aqui e que parece ser o melhor” caminho.
Considerou que isso deve ser aplicado à infra-estrutura logística, com os pontos de carregamento a serem detidos pela iniciativa privada, à semelhança do que acontece com os postos de combustível, que são privados.
Um ano para recuperar investimento em ponto de abastecimento
O presidente executivo da CVE declarou que a decisão da entrada pioneira na provisão do carregamento de veículos eléctricos decorre, além das noções ligadas à contribuição para o crescimento económico do país, da percepção aritmética de que, nas precárias condições do mercado da mobilidade eléctrica do país, o investimento pode ser recuperado em um ano.
“Segundo a prognose (e levando as variáveis instáveis em conta”, chega-se a um tempo de retorno do investimento de um ano, o que torna o sector atractivo para investir e satisfatório para as expectativas”, afirmou Adilson Matoso.
Ao caracterizar o mercado da mobilidade eléctrica em Angola, o empresário apontou os desafios dos detentores de veículos eléctricos, com a escassez de pontos de abastecimento a figurar como o maior constrangimento.
Esse traço faz com que exista uma distância abismal entre Angola e as economias onde a mobilidade eléctrica foi adoptada mais cedo, blocos e países como a União Europeia, China, Japão e Estados Unidos, que são os maiores impulsionadores dessa tecnologia.
Essas regiões fabricam veículos e a infra-estrutura logística associada, incluindo os carregadores eléctricos, os quais distribuem pelo mundo. Nestes países, os transportes públicos são à célula de hidrogénio, híbridos e eléctricos.
Construtores de automóveis como a Toyota e Volvo já anunciaram parar a produção de veículos a combustíveis fósseis a partir de 2030.