O Porto do Lobito e a Africa Global Logistics (AGL) assinaram, ontem, umcontrato de exploração do Terminal Polivalente da companhia portuária angolana, um negócio em que a empresa internacional de logística recebe direitos de exploração por 20 anos, em troca do pagamento de 150 milhões de dólares.
O presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, e o presidente executivo da AGL, Olivier Noray, subscreveram o contrato que dá lugar ao pagamento imediato de 80 milhões de dólares ao Estado angolano, além de investimentos de 100 milhões de dólares ao longo dos 20 anos de concessão.
O contrato prevê direitos de utilização e exploração do terminal, incluído no domínio público, em regime de gestão de porto senhorio (landlord port), a manutenção dos postos de trabalho dos profissionais afectos ao terminal, implementação de um plano de formação com vista à capacitação dos funcionários angolanos e a inserção de quadros nacionais de níveis médio e superior nas diferentes áreas da estrutura concessionada.
O director nacional do Gabinete Jurídico do Ministério dos Transportes, Pedro Manza, considerou a assinatura do contrato “um marco histórico”, manifestando expectativas de que “a concessão vai, em breve, apresentar bons resultados para todos os clientes” do Porto do Lobito
O Terminal Polivalente, realçou, passa a ter uma gestão profissional regida pelas melhores práticas internacionais do sector, sendo capazes de o transformar num dos mais eficientes portos da África Austral, afirmou.
Pedro Manza considerou que a assinatura “representa mais um passo de afirmação da província de Benguela e de toda sua potencialidade para o desenvolvimento do país, com valores acrescidos na empregabilidade da juventude”.
O responsável acrescentou que, com a passagem da gestão para a África Global Logistics, o terminal “está entregue em boas mãos”, por a AGL ser uma entidade com créditos na actividade logística, agenciamento marítimo, manutenção portuária e de concessões ferroviárias.
Pedro Manza considerou a AGL uma empresa com capacidade financeira reconhecida internacionalmente assim, considerando que o Governo angolano efectuou a melhor escolha entre os concorrentes que se interessaram pelo projecto, com a perspectiva de olhar para o Porto do Lobito a funcionar com elevados níveis de eficiência e com recurso à mais moderna tecnologia actualmente utilizada na actividade portuária ao nível do mundo.
Rota da competitividade
A vice -governadora de Benguela Lidia Amaro, declarou que o Corredor do Lobito, onde se insere o porto, é a rota da competitividade regional e internacional, com infra-estruturas tão notáveis, que será possível maximizar a integração da nossa economia e promover o acesso aos pequenos e médios produtores nacionais no mercado regional.
“Esperamos que a assinatura do contrato da concessão do Terminal Polivalente seja o ponto de partida para uma nova era a nível das dinâmicas que visam fomentar e proporcionar maior desenvolvimento”, referiu
A vice-governadora afirmou que o projecto do Governo subjacente à assinatura desse contrato reside na dinamização do processo de importação e de exportação e em posicionar o país como uma plataforma de logística de dimensão internacional, agora que o tema Corredor do Lobito tem sido mencionado na arena internacional, com destaque para os Estados Unidos e a União Europeia, como um importante projecto transnacional elegível para financiamentos.