A falta de financiamento por parte da banca, bem como a necessidade da criação de um programa de fomento para a produção de sal, constituem as grandes preocupações da Associação de Produtores e Transportadores de Sal em Angola (APROSAL).
Em declarações ao Jornal de Angola, o presidente da Mesa da Assembleia da APROSAL, Odílio Silva, pede ao Governo que reforce a política de desenvolvimento do sector salineiro, por ser um dos principais catalisadores da diversificação da economia nacional.
Para o gestor, o sector deve ser visto de forma diferente pois, o sal é um produto estratégico para a economia, daí a necessidade de se criar pacotes de financiamentos para que o negócio seja rentável.
Odílio Silva revelou que os produtores têm dificuldades com a vida útil dos equipamentos por conta da oxidação, pelo que a sua renovação deve ser constante.
Segundo conta, o processo de produção de sal é bastante oneroso, já que para além da água do mar, sol e vento, “é preciso investir em equipamentos. Se não tiver um sistema logístico de aquisição de peças e acessórios para manutenção de equipamentos não se produz”.
O representante lamentou o pouco conhecimento da actividade, tendo afirmado que o sal é um produto de pouco risco de produção e com um mercado garantido, “infelizmente há pouco conhecimento a nível da banca para o financiamento e do público em geral”.
Aposta na formação
O operador falou ainda sobre a necessidade da criação de um Instituto de Produção de Sal, com o objectivo de garantir a sustentabilidade do sector.
“O sal tem cerca de 14 mil utilidades, tendo 95 por cento para indústria a nível mundial e cinco por cento para o consumo humano”, apontou.
Do sal, explicou, podem ser feitos fertilizantes, produtos para a correcção dos solos agrícolas, hoje o sal é usado em quase tudo. Com as necessidades dos outros sectores surge a preocupação em aumentar o número de empregos, então, este sector é uma das áreas que se bem apostada poderá garantir mais empregos.
O representante destacou o facto de a indústria petrolífera consumir o sal nacional, “daí que temos bem em mente qual é a nossa responsabilidade na economia”.
Odílio Silva fez saber que as petrolíferas são as maiores consumidoras do sal, seguido pelo consumo interno com cerca de 80 mil toneladas por ano.
“Actualmente produzimos cerca de 200 mil toneladas por ano, se o país apostar mais no sector, haverá maior probabilidade de exportarmos para o mercado dos países vizinhos, como a República Democrática do Congo, Zâmbia e Zimbabwe, que não produzem sal”, salientou. A Associação conta com 14 associados localizados nas províncias de Benguela, Namibe, Bengo e Cuanza-Sul, que garantem, actualmente, um total de 2.500 postos de trabalho directos e indirectos.