As exportações de diversos bens não petrolíferos produzidos em Angola, no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), foram avaliadas em 59 milhões 396 mil e 442 dólares norte-americanos (USD 1 vale Kz 827), de Janeiro a Junho deste ano.
Esse montante resulta da exportação de mais de 10 produtos que saíram de Angola, nos primeiros seis meses de 2023, com destaque para as embalagens de vidro (22 milhões 370 mil e 491 quilogramas – peso líquido), orçadas em 13 milhões 196 mil e 47 dólares, segundo dados da Direcção Nacional do Comércio Externo (DNCE), solicitados pela ANGOP.
Sem quantificar o volume de produtos e o valor das exportações do período homólogo (primeiro semestre de 2022), a DNCE, tutelado pelo Ministério da Indústria e Comércio, aponta que, no último semestre deste ano, exportou-se 364 milhões 931 mil quilos de clínquer (matéria-prima para o fabrico de cimento), que renderam USD 11 milhões 179 mil e 320.
Constaram ainda dessa lista, a exportação do varão de aço para a construção (9 019 612 kg), no valor de cinco milhões 378 mil e 706 dólares.
Figuram, igualmente, do top 10 a farinha de trigo (7 529 849 kg), orçada em cinco milhões 43 mil e 292 dólares, seguida da exportação da banana (6 581 634 kg), avaliada em USD quatro milhões 433 mil e 402.
No mesmo conjunto de produtos exportados, o feijão (8 027 296 kg) aparece em sexto lugar, com um peso avaliado em quatro milhões 23 mil e 508 dólares, seguido do açúcar (4 945 376 kg), avaliado em três milhões 866 mil e 953 dólares.
Em seguida, no período em referência, registou-se ainda a exportação de um milhão 562 mil 734 quilogramas de fraldas descartáveis e pensos higiénicos, no valor de dois milhões 273 mil e 353 dólares, enquanto o Cimento Portland (18 137 990 kg) foi orçado em dois milhões 232 mil e 175 dólares.
Os sumos e refrigerantes (4 890 513 kg) foram avaliados em um milhão 333 mil e 398 dólares, para além de outros produtos (24 295 577 kg), orçados em USD 6 milhões 436 mil e 372.
De acordo com a Direcção Nacional do Comércio Externo (DNCE), os respectivos produtos foram exportados para África do Sul, Namíbia, Gana, Togo, República Democrática do Congo (RDC), Congo Brazzaville, Portugal, França, Cuba e São Tomé e Príncipe.
Importações custam mais de 589,8 milhões de dólares
Em relação às importações, no primeiro semestre de 2023, a DNCE também aponta a entrada de mais de 10 produtos diversos em Angola, avaliados num total de 589 milhões 829 mil e 943 dólares norte-americanos.
Entre os produtos mais importados, o destaque recai para a carne de frango, com um peso líquido de 141 milhões 816 mil e 116 quilogramas, provenientes dos Estados Unidos da América (EUA) e do Brasil, num valor de 183 milhões 189 mil e 310 dólares.
Adicionalmente, o arroz (135 150 668 kg) importado na Índia e Tailândia custou USD 85 milhões 658 mil e 898, enquanto a importação do óleo de palma (53 486 368 kg), proveniente da Malásia e Indonésia, gastou 78 milhões 325 mil e 988 dólares.
Já o óleo alimentar de soja (18 502 400 kg), vido da Argentina e de Portugal, teve um custo de 49 milhões 94 mil e 822, seguida da carne suína (27 268 605 kg) do Brasil e Portugal, com um valor avaliado em 41 milhões 412 mil e 563 dólares, respectivamente.
Na mesma senda, a importação do leite (8 346 021 kg) dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e da França custou 38 milhões 81 mil e 888 dólares, contra os USD 19 milhões 409 mil e 155 gastos no açúcar (24 962 370 kg) importado do Brasil e da Índia.
Na lista de mais de 10 produtos importados por Angola constam também tintas para construção (2 489 780 kg), avaliadas em USD 12 milhões 147 mil e 499, farinha de trigo (18 015 812 kg), no valor de 11 milhões 920 mil e 765, bem como o feijão (9 865 325 kg), com um custo de 11 milhões 667 mil e 175 de dólares.
Esses bens foram importados de Portugal e China, Turquia e Portugal, assim como Canada e Argentina, respectivamente.
Para além disso, também registou-se a importação de outros produtos (99 236 542 kg), que custaram 58 milhões 921 mil e 875 dólares.
Quanto ao processo de certificação da qualidade dos produtos importados, a DNCE clarifica que este mecanismo pode variar consoante o país, dos tipos de produtos e das regulamentações específicas aplicáveis.
Em Angola, por exemplo, a certificação desses bens é feita através da emissão de certificados de conformidade que atestam que os produtos estão em conformidade com as normas locais, pelo Instituto Nacional de Controlo da Qualidade (INACOQ), caso estes produtos passem nos testes e inspecções das chamadas auditorias da qualidade.
Na matriz de bens analisados, o destaque vai para os produtos lácteos, farináceos, massas, grãos secos, cereais e similares, bem como óleos e similares, que normalmente não registam níveis assinaláveis de adulteração, enquanto as águas e os produtos cárneos são os que mais apresentam irregularidades passíveis de punição.