A Sociedade Mineira do Lulo, que opera no município de Capenda-Camulemba, província da Lunda-Norte, quer aplicar novos investimentos para intensificar os trabalhos de prospecção, com vista a confirmar o potencial geológico-mineiro da concessão conhecida para extrair diamantes raros e de alto valor comercial.
Em declarações concedidas, recentemente, à Televisão Pública de Angola (TPA), à margem da entrega de meios de transporte às autoridades tradicionais da comuna do Xinge, em Capenda-Camulemba, no âmbito das acções de responsabilidade social da operadora diamantífera, o vice-presidente do Conselho de Gerência da empresa, Alfredo Domingos Machado, explicou que em termos do aluvião, prosseguem as actividades de prospecção, para a ampliação da área de exploração.
Neste momento, segundo o gestor, as acções estão direccionadas para a zona sul da mina, com a amostragem do volume de cascalho, no sentido de se ter em funcionamento ininterrupto 24/24 horas da segunda lavaria.
Alfredo Domingos Machado declarou que a mina do Lulo se debate com o problema relacionado com o facto de geologicamente ser diferente de outros projectos, quanto ao volume do cascalho existente.
Apesar de a concessão contar com a possibilidade de extrair diamantes raros em quantidade e qualidade que superam as expectativas da indústria , o volume do cascalho ” é extremamente baixo”, disse.
“Felizmente a natureza deu-nos essa possibilidade ou a sorte de termos pedras raríssimas de grandes tamanhos e qualidade, mas o volume do cascalho existente é extremamente baixo”, afirmou.
Níveis de produção
Mesmo com o reduzido volume de cascalho, a mina tem estado a envidar esforços para conseguir atingir as metas preconizadas, mediante os níveis de produção com lucros aceitáveis que permitam que, no final do exercício, se possa fazer a distribuição dos dividendos aos sócios, incluindo as contribuições fiscais para os cofres do Estado, ressaltou Alfredo Domingos Machado.
O vice-presidente do Conselho de Gerência da Sociedade Mineira do Lulo explicou que a primeira lavaria da empresa tem uma capacidade instalada para o tratamento mensal de 45 mil metros cúbicos de minério, mas por uma questão de racionalidade trabalha-se numa estimativa de 40 mil.
Informou que a segunda lavar, concebida para 35.000 metros cúbicos, opera apenas com trinta, tendo acrescentado que não obstante os equipamentos à disposição, com os volumes e teores baixos, fica difícil alcançar os objectivos traçados, quanto ao tratamento do minério. A meta estipulada pela operadora, disse, é o tratamento mensal de 70 mil metros cúbicos de cascalho a partir das duas lavarias, para que os níveis de produção de diamantes se situem entre 5.000 e 6.000 quilates.
Actualmente, de acordo com o vice-presidente do Conselho de Gerência, no quadro das actividades de exploração, mensalmente a mina produz três mil quilates de diamantes, onde os teores andam à volta de 0,045 quilates por metro cúbico, o que considera ser extremamente baixo.
Alfredo Domingos Machado adiantou que, neste momento, a área de Geologia, concretamente a de prospecção, está a trabalhar na criação de condições para avançar ainda mais em direcção ao rio Lulo, onde os indicadores são positivos, além da intenção de se partir também para outra área conhecida por Kassongue, que apresenta igualmente bons indícios do potencial.
O gestor disse que a intenção agora é procurar tirar maior proveito da época de Cacimbo , com vista à intensificação das actividades de campo nos dois perímetros indicados, uma vez que no período de chuva tem sido quase impossível colocar as máquinas em funcionamento.
A utilização dos equipamentos em tempo de chuva costuma cair consideravelmente, chegando inclusive a registar uma oscilação de 40 a 45 por cento, o que prejudica a produção, explicou o vice-presidente do Conselho de Gerência da Sociedade Mineira do Lulo.