A situação sobre a implementação da Bolsa de Diamantes, cuja abertura experimental estava prevista para o segundo semestre de 2022, será revista no VIII Conselho Consultivo do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, (Mirempet) a decorrer de 11 a 12 deste mês, na província do Uíge.
Coordenada pela SODIAM em parceria com a ENDIAMA, nesta empreitada sabe-se que Angola segue o modelo e consultoria da Antuérpia (Bélgica) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
De igual modo, já foi anunciado a contratação de um consultor com bastante experiência, que foi presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia, além de ter ajudado o Governo do Dubai a criar a sua Bolsa de Diamantes.
No quadro deste processo, em Janeiro do ano passado, a Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM) finalizou o processo de avaliação das manifestações de interesse, de empresas nacionais e internacionais, lançado em Maio de 2021, serviços especializados de acidificação (limpeza) de diamantes e leilões, considerados passos importantes para a Bolsa.
O processo de avaliação determinou como empresas vencedoras, a Fırst Element, empresa belga, para a Unidade de Acidificação de Diamantes e a Trans Atlantıc Gems Sales , empresa dos Emirados Árabes Unidos, para a realização de leilões de diamantes em Angola.
O projecto está em pé, mas há uma série de condicionantes que fazem com que o projecto não arranque na devida altura, de acordo com o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Victor.
“Temos instalações, mas temos de adquirir o material que é necessário, temos de ter a própria expertise técnica,temos de buscar experiência”, apontou, sustentando ser todo o interesse do sector, e do Executivo em ver o arranque do projecto da Bolsa de Diamantes o mais rápido possível.
Jânio Victor falava à imprensa no quadro dos preparativos do VIII Conselho Consultivo Alargado do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPT), que prevê congregar mais de 300 participantes,entre membros do conselho de consultivo, técnicos e convidados.
Segundo o responsável, o projecto da Bolsa prevê congregar também, em outras fases desta empreitada, a produção de diamantes dos países vizinhos, como do Congo, Botswana e outros, em África.
Actualmente, em Angola faz-se leilão de diamantes, mas sem Bolsa de Diamantes, um projecto que precisa arrancar para este efeito.
Sem precisar datas para o seu arranque, o secretário de Estado dos Recursos Minerais disse apenas que a Bolsa de Diamantes vai funcionar na Endiama, numa fase embrionária, para depois passar em instalações próprias.
Em intervenções de responsável do sector, apontava-se o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero da Lunda Sul, como as instalações definitivas da Bolsa.
“Estamos a equipar para que tenhamos a Bolsa a funcionar numa primeira fase,temporariamente, para depois, definitivamente termos as instalações que serão num outro local”, avançou.
Estratégia da criação
A criação da Bolsa de Diamantes de Angola é justificada pelo facto de Angola ser um país com maior probabilidades de existir produção de diamantes para os próximos 50 anos ou mais.
Nesta senda, o secretário de Estado dos Recursos Minerais aponta, o minas existentes e a capacidade de ocorrências de diamantes no país.
A título de exemplo, destacou a mina do Luaxe, que vai ser inaugurada este ano, cujo tempo de vida útil pode estender-se até o ano 2090.
“Se encontramos mais algumas rochas primarias que tenham tantos diamantes com as qualidades do Luaxe, poderemos contar com a exploração de diamantes ainda no proximo século”, augura do especialista.
Para o responsável, foi uma visão estratégica ao concentrarem-se na Bolsa de Diamantes, sendo Angola produtora, existe toda a necessidade de controlar tambem nos preços das pedras que são práticos no mercado.
Outro aspecto, tem a haver com a transformação, a lapidação, para que o país entre no segmento de jóias, um mercado que já se faz sentir, mas de forma ainda muito tímida.