O sistema das Nações Unidas deve ser um aliado estratégico para transformar a juventude africana num motor de desenvolvimento do continente. Apelou, este sábado, 17 de Maio, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, durante a abertura da Reunião Anual da Secretária-Geral Adjunta da Organização das Nações Unidas com os Coordenadores Residentes da ONU em África.
Esperança da Costa avançou que África está a registar um aumento demográfico sem precedentes, com mais de 60% da sua população com menos de 25 anos. Sendo assim, o continente terá, até ao final do século, a maior população activa do mundo.
Para a Vice-Presidente da República, África não tirará vantagens do aumento da juventude se a força motriz não for apoiada para contribuir para o desenvolvimento do continente em diferentes áreas.
“A juventude só será uma bênção se tivermos a visão de a transformar num verdadeiro motor de desenvolvimento. Consideramos que o sistema das Nações Unidas deve ser um aliado estratégico neste processo, mobilizando conhecimento técnico, parcerias e financiamento em áreas críticas como educação, saúde, tecnologia, inovação, igualdade de género e desenvolvimento sustentável, o que tornará possível tirar vantagem do Dividendo Demográfico com crescimento económico.
A República de Angola, na sua qualidade de Estado-Membro das Nações Unidas e subscritora de diferentes instrumentos jurídicos internacionais, olha para a educação, a promoção e o desenvolvimento do capital humano como eixos relevantes que integram, por isso, o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027″, disse.
Entre vários temas, Esperança da Costa apresentou ainda os desafios que o continente tem de superar, como as alterações climáticas, a estabilidade e a paz, e considerou fundamental envidar esforços para aumentar o financiamento da adaptação e garantir a operacionalização plena do Fundo de Perdas e Danos, destacando os países africanos mais afectados pelos eventos climáticos.
“Os países africanos têm desenvolvido esforços no âmbito dos compromissos assumidos, com a criação de várias iniciativas, das quais destacamos a Grande Muralha Verde da Comunidade de Desenvolvimento de Países da África Austral (SADC), a grande iniciativa climática da preservação florestal da Bacia do Congo, a iniciativa da conservação transfronteiriça da Floresta do Maiombe, bem como a iniciativa da Área de Conservação Transfronteiriça Okavango Zambeze (KAZA), envolvendo a República de Angola, o Botswana, a Namíbia, a Zâmbia e o Zimbabwe, visando a protecção ambiental, evitar catástrofes naturais e fortalecer a resiliência das populações locais”, avançou.
De acordo com a Vice-Presidente, o encontro constituiu uma oportunidade para fortalecer a articulação entre o sistema das Nações Unidas e os Governos Africanos e garantir que a Agenda 2030 seja implementada com e para as populações africanas.


