Os pronunciamentos foram proferidos na tarde desta quinta-feira (08.05) no auditório Albina Assis, sito no edifício do MIREMPET, em Luanda, aquando da apresentação da obra de José Rebelo e António de Pinho sobre a “História do Petróleo de Angola”.
Em entrevista, Diamantino Azevedo, Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, não vangloriou os feitos do seu ministério relativamente ao contributo do sector petrolífero na economia nacional, no entanto falou que foi um dos sectores que mais cresceu no país, tomando por indicadores a participação no PIB e na arrecadação de divisas.
“O sector petrolífero foi um dos sectores que mais cresceu no nosso país, razão pela qual é o que mais contribui para o PIB, para a arrecadação de divisas e que tem um papel relevante para aspectos fundamentais do país”, disse.
Quanto a possibilidade de rectificação do OGE 2025 face a redução do preço do barril de petróleo no mercado internacional – actualmente na faixa dos 60 USD –, Diamantino Azevedo avançou que tudo está a ser feito para se adaptar a esta variável exógena.
“O nosso objectivo é maximizar, cada vez mais, cada barril de petróleo produzido no nosso país. […] E o preço é uma variável exógena que não controlamos. Depende de inúmeros factores como a procura e a oferta, questões geopolíticas… e a revisão não depende apenas de nós, (mas nós) fazemos tudo para (nos) adaptarmos ao preço”, considerou.
Na ocasião, o responsável discursou ainda que o Petróleo continuará a ter um papel crucial na economia mundial e que “não desapareceu”.
“O petróleo continuará a ter um papel essencial no futuro, não só como parte da matriz energética mundial, mas especialmente como matéria-prima da indústria petroquímica. […] Um segmento estratégico para onde queremos também dirigir o nosso foco, agregando mais valor à produção nacional”, afirmou, reiterando que “o petróleo não desapareceu e ainda é, e será por muitos anos, um elemento vital da matriz energética e industrial do mundo”.
Os pronunciamentos de Diamantino Azevedo surgem numa altura em que um relatório do Instituto de Estudo de Segurança (ISS em inglês) de julho de 2024, “Angola Geographic Futures”, aponta a possibilidade de esgotamento das reservas petrolíferas angolanas em 2030.
“Embora tenha havido investimentos recentes na exploração de petróleo e gás, as reservas provadas de petróleo de Angola deverão esgotar-se até ao início da década de 2030. Se forem descobertas novas reservas, a sua viabilidade financeira numa era de relativa abundância de petróleo, está longe de ser certa”, conclui o relatório.
Assim como o relatório do ISS, igualmente o Standard Bank recomendou ao Governo angolano no passado 22 de abril durante a 1ª Edição do “Briefing Económico de 2025” subordinado ao tema “Angola, crescimento para além do petróleo, entre outras medidas, a rectificar urgentemente o OGE 2025 atendendo a volatilidade do preço do barril de petróleo fixado em 70 USD no referido documento; assim como dar um melhor destino as receitas fiscais apostando na diversificação económica financiando fundamentalmente a agricultura.
