A galeria Jahmek Contemporary Art anuncia que a artista angolana Sandra Poulson será a protagonista de uma exposição individual no prestigiado museu MoMA PS1, em Nova Iorque, uma das instituições de arte contemporânea mais respeitadas do mundo. Esta será a primeira vez que a artista angolana expõe individualmente num museu internacional desta dimensão, colocando o nome de Angola no epicentro da cena artística global.
A exposição, intitulada «Este Quarto Parece uma República!», estará patente de 24 de Abril a 6 de Outubro de 2025, apresentando uma instalação inédita e obras de assemblagem que dialogam com a realidade social e cultural de Angola. Trata-se de uma oportunidade histórica não apenas para a artista, mas para todo o panorama artístico angolano, que vê assim reconhecida a sua relevância e originalidade num dos maiores palcos da arte mundial.
Sandra Poulson (angolana n. 1995), traz ao MoMA PS1 uma linguagem estética profundamente enraizada no quotidiano angolano, recorrendo a peças de mobiliário intervencionadas, roupas e objectos do universo doméstico para construir esculturas que evocam memória, identidade e crítica social. O seu trabalho, simultaneamente poético e político, questiona a circulação ideológica e cultural no contexto pós-colonial, revelando as tensões entre o local e o global, o tradicional e o contemporâneo.
Entre as obras em destaque estão Cabinda Dreams (2024), uma cabeceira de cama com o logótipo da União Europeia, que reflecte o contraste entre a ruralidade e os símbolos da globalização, e Igreja Universal do Reino de Deus (2024), uma cómoda que denuncia a infiltração da propaganda religiosa no lar angolano. Estas esculturas são produzidas com mobiliário vintage holandês e materiais industriais globais, propondo uma leitura crítica da construção da identidade nacional.
A artista vive e trabalha entre Luanda, Londres e Amesterdão, sendo actualmente residente na prestigiada Rijksakademie van beeldende kunsten. O seu percurso tem sido marcado por participações em grandes instituições internacionais, como a 60.ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia (2024), o Biennale College Art, a Trienal de Arquitectura de Sharjah, a Bold Tendencies (Londres) e o Pavilhão Britânico na Bienal de Arquitectura de Veneza (2023).
Formada em moda pelo Royal College of Art e pela Central Saint Martins, em Londres, Sandra Poulson representa uma nova geração de artistas angolanos que afirmam a sua voz no mundo, com rigor, talento e consciência crítica.



