A Índia e a União Europeia concordaram na sexta-feira , 28, em concluir um acordo de livre comércio até o final do ano, seu primeiro compromisso com um prazo em negociações que acontecem há anos, enquanto buscam amenizar o efeito dos aumentos de tarifas dos Estados Unidos.
O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em visita de dois dias à Índia, e pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em entrevista coletiva conjunta.
Ambos os lados tentam há anos fechar um pacto de livre comércio, o que envolveria grandes concessões por parte da Índia — um dos mercados mais protegidos do mundo.
As negociações para um acordo de livre comércio entre a Índia e a UE foram retomadas em 2021 após terem ficado paralisadas por oito anos.
“Preparamos um plano de colaboração nas áreas de comércio, tecnologia, investimento, inovação, crescimento verde, segurança, qualificação e mobilidade”, disse Modi, acrescentando que as autoridades foram solicitadas a concluir o acordo até o final do ano.
A UE é o maior parceiro comercial da Índia em bens, com o comércio bilateral crescendo cerca de 90% ao longo de uma década, chegando a USD 137,5 bilhões no ano fiscal de 2023/24.
Von der Leyen pediu um acordo “ambicioso” de comércio e investimento que pudesse abranger setores que vão de baterias e produtos farmacêuticos a semicondutores, hidrogênio limpo e defesa.
A visita de von der Leyen, acompanhada por líderes de países da UE, ocorre em um momento de crescente tensão geopolítica e em que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas recíprocas a todos os países, incluindo a UE e a Índia, até abril.
“Nós dois temos a perder com um mundo de esferas de influência e isolacionismo, e nós dois temos a ganhar com um mundo de cooperação e trabalho em conjunto”, ela disse, antes das conversas com Modi. “Mas acredito que esta versão moderna da competição entre grandes potências também é uma oportunidade para a Europa e a Índia reimaginarem sua parceria.”
