Ministro chinês promete energia limpa e proteção das florestas na República do Congo

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O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse recentemente que o seu país vai ajudar a República do Congo a preservar as suas florestas e impulsionar o uso de energia limpa, na segunda paragem de um périplo por África em que excluiu Angola.

“Vamos apoiar os esforços congoleses para preservar as suas florestas e recursos hídricos e trabalhar em conjunto com os países africanos para implementar projetos de energia limpa”, disse Wang, num vídeo partilhado na rede social X pela presidência congolesa.

O ministro chinês disse que Pequim também quer promover a construção de “uma ‘Cintura Solar Africana’ para que África possa ter um verdadeiro caminho de desenvolvimento verde”, referindo-se ao projeto homónimo do gigante chinês para ajudar na transição energética de África.

“Concordámos em consolidar ainda mais a amizade inquebrável entre a China e a República do Congo. Isto exige que nos mantenhamos firmemente unidos em questões que afetam os nossos interesses (…), tais como a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento”, sublinhou o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, durante um encontro com o Presidente Denis Sassou-Nguesso.

Wang encontrou-se também com o seu homólogo congolês, Jean-Claude Gakosso, que o recebeu no Aeroporto Internacional Maya-Maya, na capital, Brazzaville.

Durante o encontro, o ministro congolês sublinhou a “parceria estratégica” entre a China e a República do Congo e garantiu que os dois países “partilham a mesma visão do multilateralismo”.

Antes de chegar a Brazzaville, Wang aterrou no domingo na Namíbia para iniciar uma viagem que o levará também ao Chade e à Nigéria até ao dia 11.

Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano. Ao confirmar a viagem de Wang, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, classificou a deslocação a África como uma “excelente tradição”, que procura “aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China-África”.

Mao afirmou que a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria são “parceiros de cooperação amigáveis da China” e que Wang tem como objetivo “promover a implementação” dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, na sigla em inglês), realizado em setembro, em Pequim.

O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu então 360 mil milhões de yuan (47,6 mil milhões de euros) para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos. Xi anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan (9,26 mil milhões de euros).

A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares (273 mil milhões de euros), em 2023. Críticos alertaram para o uso da estratégia do “armadilhamento pela dívida” por Pequim para alargar a influência sobre o continente, através da utilização estratégica do financiamento para tornar os países africanos cativos das exigências da China.

O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares (62 mil milhões de euros), embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.

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