João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, afirma que a inclusão de Angola na “lista cinzenta” do GAFI é um fator que preocupa e que poderá limitar o espectro de investidores no IPO do Banco de Fomento de Angola.
Angola foi incluída na lista de países que mostram deficiências no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo alvo de monitorização reforçada do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), a chamada “lista cinzenta”. Uma decisão que preocupa João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, por “reduzir significativamente” o espectro de investidores que participará na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do Banco de Fomento de Angola (BFA).
“Já arrancámos com os grupos de trabalho” para a preparação do IPO que vai permitir ao BPI vender em bolsa 15% do capital do BFA no qual tem uma participação de 48,1%, afirmou o banqueiro na apresentação dos resultados para os primeiros nove meses do ano, estando agora a selecionar os advisors internacionais que vão apoiar neste processo.
“Estamos crentes de que haverá investidores interessados”, mas “preocupa-nos alguns acontecimentos, como a inclusão de Angola na ‘linha cinzenta’. Lamentamos que isso tivesse ocorrido, mas vamos prosseguir o nosso caminho”, disse o CEO do BPI, reforçando que o objetivo é vender a seguir o resto da participação.
Questionado como é que esta inclusão vai influenciar a operação em curso, João Pedro Oliveira e Costa explicou que o “mercado africano como um todo já é complexo na atração de investimentos para estes níveis e em setores muito regulados como é o caso da banca. Vejo com muita dificuldade apresentarem-se investidores internacionais do mesmo setor que pretendam entrar num mercado nestas situações”.
“Estar na lista cinzenta não é o mesmo que está na lista negra”, mas “claramente reduz de forma significativa o espectro de investidores”, salientou, reforçando que “é um fator que nos preocupa”.
O Governo angolano oficializou em agosto a venda de 15% do BFA através de um IPO. O BPI, outro acionista do BFA com 48,1%, vai acompanhar a Unitel com uma venda de 15% do banco angolano em bolsa.