O rácio de incumprimento de crédito por parte de clientes do Standard Bank de Angola, que actuam no sector de Oil&Gas, é abaixo de 0,5%, revelou Fernando Chivinda, Director Executivo da Banca de Pequenas e Médias do SBA, esta manhã, durante a participação na conferência Angola Oil&Gas (AOG) 2024, em Luanda, onde apresentou a visão do Banco para o sector em Angola.
Orador no painel ‘Acesso a Financiamento para Empresas de Serviços Angolanas’, Fernando Chivinda salientou que este rácio resulta “da análise feita aos clientes”. “No Standard Bank de Angola não damos apenas financiamento. Asseguramos igualmente um acompanhamento próximo aos clientes, para garantirmos que têm boas práticas do ponto de vista do controlo de risco.”
Desafiado há cerca de um ano, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), para identificar quais as melhores soluções para disponibilizar suporte às empresas do sector, o SBA tem hoje aprovados três produtos de crédito dirigidos aos clientes prestadores de serviços de Oil&Gas.
“O primeiro produto é o desconto factura, que garante suporte no período em que a empresa está a prestar o serviço e a aguardar pelo pagamento. O segundo é o financiamento de ordem de compras (OC). Isto é, em alguns casos, as empresas recebem OC e precisam de comprar, sendo que, no caso de não terem poder de compra nesse momento, entramos para dar suporte na aquisição. Por fim, aprovámos um dos produtos mais desafiantes, que é o financiamento contrato. Na nossa interacção com as empresas, identificamos que um dos seus grandes desafios é quando ganham um contrato, mas não têm capacidade financeira para dar início às acividades”, detalhou o Director da Banca Comercial e de Negócios do SBA.
Questionado sobre o custo do financiamento, Fernando Chivinda reconheceu existir “um grande desafio, pelo facto da referência do BNA ser em torno de 19,5”. “Além disso, um dos pedidos da ANPG passa por garantirmos que conseguimos financiar uma taxa atractiva. Em função disso, e por aquilo que é a proposta de valor para o sector Oil&Gas, temos uma taxa qualificada, abaixo da referência do BNA, que procura reduzir um pouco o impacto negativo que os clientes sentem. Há actualmente uma redução constante da margem de lucro das empresas deste sector.”
De acordo com Fernando Chivinda, outra das preocupação da ANPG passa pelo tempo de aprovação dos pedidos de crédito, sendo que, actualmente, o Standard Bank de Angola consegue dar resposta a solicitações de créditos de empresas do sector de Oil&Gas, em média, entre duas a quatro semanas.
Na conferência participou ainda Paul Eardley-Taylor, Director Chefe de Cobertura de Petróleo e Gás da África Austral do Standard Bank Group, que debateu o tema ‘Perspectivas de Investimento: A chave para fazer negócios em Angola’.
Sobre as oportunidades identificadas no sector de Oil&Gas em Angola, defendeu existirem “alguns exemplos excelentes, como a Sonangol, que tem crescido bastante”. “Não obstante, o que o país não tem tido é financiamento de projectos nacionais. No entanto, as coisas podem mudar, sobretudo através do Gás”, salientou Paul Eardley-Taylor, destacando o Plano Director de Gás Natural como uma “fantástica oportunidade para diversificar a economia. O gás pode ser um campo de transição em Angola”.
Realizada no Centro de Convenções de Talatona, a 5.ª edição da conferência Angola Oil&Gas foi subordinada ao tema ‘Impulsionando a Exploração e Desenvolvimento para o Aumento da Produção em Angola’, tendo como propósito fortalecer as parcerias internacionais e atrair investimentos estratégicos para Angola, introduzir inovações e discutir o potencial de exploração em novos projectos de petróleo e gás, e promover Angola como um centro dinâmico de oportunidades de investimento no sector energético.