Caso BCG. Banco Nacional nega envolvimento em práticas ilícitas

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O Banco Nacional de Angola (BNA) nega quaisquer atividades ilícitas relacionadas aos contratos celebrados com a empresa de consultoria dos Estados Boston Consulting Group (BCG), que, num acordo com o Departamento de Justiça americano, admitiu ter pago subornos a funcionários do Governo de Luanda e destacados dirigentes do MPLA, partido no poder, para conseguir negócios.

“Não há quaisquer indícios de que o Banco Nacional de Angola tenha atuado de forma imprópria ou esteja envolvido nas ações mencionadas”, afirmou um porta-voz do BNA, citado num comunicado pelo Jornal de Angola, mas cujo nome não foi revelado.

O banco central, segundo a mesma fonte, “reafirma o seu compromisso com as melhores práticas de governação e com a integridade em todos os seus processos de contratação e execução de serviços”.

Como a Voz da América noticiou na quarta-feira, 28, uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos concluiu que, de 2011 a 2017, durante o consulado do então Presidente José Eduardo dos Santos, a BCG pagou milhões de dólares em subornos para conseguir contratos em Angola.

No período em causa, a BCG enviou dinheiro, a partir do escritório em Lisboa, Portugal, para contas offshore controladas por intermediários ligados a responsáveis angolanos e membros do MPLA, partido no poder.

No acordo feito com o Governo americano, a consultou aceitou agora devolver mais de 14 milhões de dólares em lucros obtidos em negócios com o Ministério da Economia e o Banco Nacional de Angola (BNA).

A mesma fonte do BNA sublinha que todos os contratos firmados com a BCG seguiram os procedimentos rigorosos de conformidade exigidos pela instituição e que não houve nenhuma comunicação ou prática que violasse as normas legais e éticas estabelecidas pelo Banco.

“Este episódio reforça a importância de mantermos elevados padrões de conformidade e transparência. Continuaremos a trabalhar para assegurar que todas as nossas operações estejam em total alinhamento com os princípios legais e éticos”, lê-se no comunicado em que o banco central manifesta “a sua disponibilidade para colaborar com as autoridades competentes e reafirma a sua postura de transparência e compromisso com a legalidade em todas as suas atividades.

A investigação

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos confluiu que, no total, a BCG ganhou 11 contratos com o Ministério da Economia e um com o Banco Nacional de Angola ao longo dos seis anos de trabalho em Luanda, o que lhe permitiu obter receitas de 22,5 milhões de dólares.

A empresa fechou o escritório que tinha em Luanda e sublinhou que “continuou a reforçar significativamente os seus procedimentos em conformidade com a legislação, controlos internos e formação”.

A BCG, que tem sede em Boston, Massachussets, também manteve negócios com a Sonangol, nomeadamente durante a gestão de Isabel dos Santos, filha do então Presidente José Eduardo dos Santos.

Texto: Voz da América

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