O Grupo Beatriz Franck inaugurou hoje a primeira fábrica de vestuário do seu portefólio industrial, no Viana Park, Luanda. Numa fase inicial, a unidade fabril vai produzir até 900 mil peças de roupa e vai gerar 400 postos de trabalho. Com um investimento de 2,5 milhões de dólares norte-americanos, o projecto dinamiza a indústria têxtil nacional e contribui para a diversificação económica do país.
Instalada numa área de 1.500 metros quadrados no Viana Park, a unidade industrial hoje inaugurada resulta de um investimento de 2,5 milhões USD do Grupo Beatriz Franck (BEFRAN LDA), accionista maioritário, e da empresa D&J. Até ao momento, o projecto já gerou 100 empregos directos, entre costureiros, modelistas, designers e pessoal directivo e administrativo, e 300 indirectos.
Durante a fase de implementação, a fábrica deverá produzir entre 300 e 900 mil peças de roupa mensais com o selo da reconhecida marca angolana Beatriz Franck. O catálogo inclui uniformes para adultos e crianças e peças padronizadas pronto-a-vestir, como vestidos, calças, calções e camisas. Também se fabricarão fardas corporativas e institucionais, para além de carteiras artesanais, toalhas e guardanapos.
O projecto industrial BEATRIZFRANCK começou a ser desenhado há oito anos pela conhecida empresária que dá nome à unidade fabril, com objectivos claros: dinamizar a moda angolana, o sector têxtil e a parque industrial nacional. Na inauguração da fábrica, Beatriz Franck comentou que “a segunda fase do projecto prevê que, até 2026, a fábrica cresça até dez vezes mais, ocupando uma área de 15 mil metros quadrados, e com uma força de trabalho de 15 mil pessoas”.
Segundo a mesma, “antes de avançar para outras províncias, a produção inicial deverá atender o mercado de Luanda com vestuário acessível e de grande qualidade”. “A nossa pretensão é estipular um preço das peças entre 5 mil e 15 mil kwanzas. Este é um produto nacional, com características especiais, com destaque para uma película de alta protecção dos tecidos, que dá uma grande durabilidade às peças de vestuário”, indicou.
Nesta estratégia de mercado, os produtos da fábrica BEATRIZFRANCK destinam-se, sobretudo, à franja considerável da população que consome roupa em segunda mão. Com peças a preços acessíveis, sem comprometer a qualidade, o projecto pretende substituir os conhecidos fardos vendidos no mercado informal, alcançando as classes baixa e média, os comerciantes de vestuário e todos os que desejam revender a marca. Os investidores também contemplam produzir vestuário para marcas brancas e outras existentes no mercado.
Para alcançar os altos níveis de produção, que deverão alcançar as 2 milhões de peça mensais a médio prazo, a fábrica BEATRIZFRANCK conta com a tecnologia mais avançada e inovadora da indústria de vestuário em Angola. Nos próximos meses, os funcionários da linha de produção terão formação especializada, por parte de profissionais da China, sobre a operação das máquinas de última geração adquiridas por esta unidade fabril, únicas no nosso país.
Na cadeia de produção, este projecto dará também prioridade ao consumo de matéria-prima produzida pela TEXTANG, em Angola. No entanto, face à capacidade limitada do sector têxtil nacional e à ausência de produção de material complementar (botões, fechos, anilhas, etc.), a fábrica BEATRIZFRANCK terá de trabalhar inicialmente com cerca de 90% da matéria-prima importada, neste caso da China. Nesse país, o Grupo BEFRAN LDA tem conexões com mais de cinco fábricas e conta com um parceiro com mais de 25 anos de experiência no sector da produção de vestuário.
Na inauguração da unidade industrial, e em representação do Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José De Lima Massano, o Secretário de Estado da Indústria, Carlos Rodriguês, reconheceu “a existência de desafios”. “A criação desta fábrica é uma iniciativa de se louvar, uma vez que representa um marco muito importante para o sector têxtil e está em linha com as metas do Executivo. No entanto, sabemos que há constrangimentos. O governo tem tomado medidas para promover a produção nacional, as instituições estão criadas, mas devemos agora produzir localmente matéria-prima que alimente este sector, como o algodão. Quando pudermos transformar o algodão nestas indústrias, poderemos fechar a cadeia de valor e fazer com que o sector têxtil contribua efectivamente, e de forma mais relevante, para o PIB nacional”, considerou.
No futuro, para além de aumentar o volume de produção, a fábrica BEATRIZFRANCK visa estabelecer uma importante e dinâmica rede de revendedores da marca em todo o país e também a nível internacional, através de um sistema de franquias. Uma vez satisfeitas as necessidades internas, os investidores ambicionam ainda atender os países vizinhos, como a República Democrática do Congo, a República do Congo, a Zâmbia, a Namíbia, e até Moçambique e outros países africanos.