O Governo angolano esclareceu hoje que, do investimento de 323,5 milhões de euros anunciado para a compra de autocarros, 90 milhões destinam-se à construção de uma fábrica de veículos, para reduzir a dependência das importações.
O Ministério dos Transportes refere, em comunicado, que o arranque da construção da fábrica, num investimento estimado em 90 milhões de euros, tem igualmente como objetivo promover a autonomia industrial do país, perspetivando a exportação de veículos para os países vizinhos.
No documento, o ministério sublinha que “a decisão de adquirir 600 autocarros da marca Volvo é parte integrante do Programa de Expansão dos Transportes Públicos”, prevendo-se a aquisição de autocarros ‘standard’.A primeira fábrica de montagem de autocarros vai ser erguida na Zona Franca da Barra do Dande, província do Bengo, adianta.
De acordo com o documento, a frota de transportes públicos em todo o país foi reforçada nos últimos cinco anos com 1.907 autocarros, com capacidade máxima para transportar mensalmente 40 milhões de passageiros.A atual frota de transportes públicos, acrescenta-se, necessita de um reforço mínimo de 1.500 autocarros, para além da introdução de outros sistemas de transportes como o ‘Bus Rapid Transit’ (BRT), o metro de superfície “e o eficiente funcionamento dos sistemas urbanos e interurbanos ferroviários”.O ministério destaca que este reforço pode elevar-se até 2.700 autocarros, “para que os transportes públicos possam responder ao aumento das necessidades da população angolana”.
“Foi justamente no âmbito da introdução desta medida e do firme compromisso de proporcionar a toda a população angolana condições de mobilidade, que o Ministério dos Transportes desenvolveu os contactos necessários para a aquisição de novos autocarros — 600 da marca Volvo no imediato — e para a construção de uma fábrica de montagem dos mesmos, que permita ao país gozar da autonomia de que não dispõe de momento”, ao contrário do que “vem sendo erroneamente afirmado nos dois últimos dias”, esclarece.
“O objetivo do executivo — neste caso através da atuação do Ministério dos Transportes – é claro. Criar as condições de mobilidade de que os cidadãos precisam na capital e nas restantes províncias, e criar condições que permitam a médio prazo não depender única e exclusivamente da importação”, acrescenta.