Vendas de smartphones aumentaram no primeiro trimestre do ano, quando comparado com os três meses anteriores. A Samsung voltou a destronar a Apple, em parte devido ao bloqueio que a empresa norte-americana está a sofrer na China.
A Samsung regressou ao lugar que perdeu no fim do ano passado. A fabricante exportou um total de 60 milhões de smartphones da nova geração (Galaxy S24) no primeiro trimestre do ano, aportando uma quota de mercado mundial de 20,8%, de acordo com os dados recolhidos pela consultora IDC.
As vendas globais da gama Galaxy S24 aumentaram 8% quando comparadas com a série anterior, a S23 do ano passado, nas três primeiras semanas de disponibilidade no mercado.
Entre janeiro e março, as remessas de smartphones aumentaram 7,8% em termos anuais até às 289,4 milhões de unidades, com a IDC a evidenciar uma forte recuperação do sector devido ao terceiro trimestre consecutivo de crescimento. No entanto, a consultora deixa o aviso: os desafios macroeconómicos mantém-se em muitos mercados.
A fabricante sul-coreana ‘roubou’ o lugar que já lhe pertenceu à Apple. A fabricante do iPhone viu as entregas de smartphones caírem 10% nos primeiros três meses do ano, em muito pressionada pela competição proveniente do Android. O declínio das vendas do mais recente iPhone (depois do hype) fizeram com que a fabricante norte-americana ficasse com uma quota de 17,3%, uma queda considerável tendo em conta a participação de 20,7% do período homólogo.
No primeiro trimestre, a Apple vendeu 50,1 milhões de iPhones, abaixo dos 55,4 milhões vendidas no período homólogo. Em parte, esta queda representa os desafios que a empresa de Cupertino tem enfrentado no seu terceiro maior mercado, uma vez que várias empresas chinesas e agências governamentais limitaram o uso dos dispositivos desta marca, refletindo as restrições do governo dos EUA às aplicações chinesas.
Por isso mesmo, a Apple tem de estar atenta à competição, nomeadamente à chinesa. Segundo os dados, a Xiaomi posicionou-se na terceira posição, com uma quota de 14,1% no primeiro trimestre, enquanto a OPPO ficou em quinto com 8,7% de quota.
“Como esperado, a recuperação dos smartphones continua a avançar, enquanto o otimismo do mercado cresce lentamente entre as principais marcas”, aponta Ryan Reith, responsável pela área de “Worldwide Mobility and Consumer Device Trackers” do grupo IDC. “Embora a Apple tenha conseguido conquistar o primeiro lugar no final de 2023, a Samsung reafirmou-se com sucesso como o fornecedor líder de smartphones no primeiro trimestre”.
O responsável admite que as duas marcas mantenham o domínio do mercado, apesar das vendas da Huawei estarem a subir na China. “À medida que a recuperação avança, é provável que as principais empresas ganhem participação e que as marcas mais pequenas lutem por um melhor posicionamento no mercado”.
A diretora de pesquisa da “Wordwide Tracker” da IDC, Nabila Popal, explica que os consumidores mundiais estão a adotar smartphones mais caros porque os conseguem manter por mais tempo, além de se continuar a ver um crescimento nos preços médios de venda.
“Há uma mudança de poder entre as cinco principais empresas, o que provavelmente irá continuar à medida que os intervenientes no mercado ajustam as suas estratégias num mundo pós-recuperação. A Xiaomi está a recuperar dos grandes declínios registados nos últimos dois anos e a Transsion [empresa chinesa] está a tornar-se uma presença estável no top5 com um crescimento agressivo nos mercados internacionais. Embora os dois principais players tenham registado um crescimento negativo no primeiro trimestre, parece que a Samsung está numa posição geral mais forte do que nos últimos trimestres”.