Standard Bank prevê crescimento de 1,1% da economia angolana em 2024

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A economia angolana vai crescer 1,1% este ano, o que representa uma superação face a 2023, em que cresceu 0,9%, podendo 2024 ser um “ano mais interessante e de recuperação, se não existirem surpresas”. Esta foi uma das principais conclusões da equipa de research do Standard Bank, que apresentou ontem, 11 de Abril, em Luanda, o I Briefing Económico de 2024, sob o mote ‘Angola: Situação Macroeconómica e Perspectivas’.

“Em média o mundo vai continuar a crescer e isso é importante para Angola, dado que este País está muito sujeito à volatilidade do preço do petróleo, e se houvesse uma recessão mundial, o preço do petróleo iria colapsar. A perspectiva de crescimento da economia mundial é encorajadora, pois Angola precisa que o preço do petróleo se mantenha nos actuais níveis”, afirmou Fáusio Mussá, Economista Chefe do Standard Bank para Angola, Moçambique e República Democrática do Congo. 

Ainda assim, o Economista Chefe alertou que Angola pode “crescer a um ritmo abaixo dos objectivos do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023 – 2027)”. “Com baixo investimento, Angola enfrenta um elevado risco de um crescimento económico fraco, abaixo dos 3% em 2027, definidos no PDN”.

“Parece-me difícil Angola mobilizar os investimentos necessários para aumentar a produção petrolífera. O nosso cenário prevê estabilidade na produção de petróleo, mas não conseguimos prever uma situação em que haja um aumento da produção. Se ficar estável, já é muito bom. Mas mesmo que fique estável, é necessário investimento fora do sector petrolífero. E esse investimento pode ser feito pelo Estado e pelo sector privado”, defendeu Fáusio Mussá.

Segundo o responsável, Angola “regista uma grande desaceleração de investimento directo estrangeiro. As reformas que têm sido desenvolvidas ajudaram a tornar o quadro regulamentar mais interessante para o sector petrolífero, mas parece haver alguma inconsistência de políticas”.

Fáusio Mussá adiantou ainda que, em 2024, se perspectiva “algum progresso na consolidação fiscal, considerando um pressuposto conservador para o preço do petróleo, e um avanço na reforma do subsídio aos combustíveis”.

Acerca da inflação este ano, a equipa de research do Standard Bank prevê que a mesma atinja um pico em Julho, de cerca de 28% a nível nacional, começando a registar um decréscimo nos meses seguintes. 

O Economista Chefe deixou ainda um alerta para uma “política monetária insuficientemente apertada, com elevado crescimento da massa monetária em moeda nacional e taxas de juro reais negativas”. “Temos hoje uma oferta de moeda externa muito inferior à de 2023 e 2022. Para este ano a previsão é de uma oferta mensal de 600 milhões de dólares. No ano passado tivemos 821 milhões de dólares, que representou uma queda de 37% face a 2022”.

Fáusio Mussá salientou, no entanto, um “aspecto positivo da gestão macroeconómica”, que passa pelas “reservas internacionais para oito meses de cobertura. Em média, os países africanos não conseguem ter quatro meses de cobertura. Angola tem o dobro, o que é positivo”.

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