Apple tenta fechar acordo com Google para ter IA a potenciar iPhones

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Caso o acordo entre as duas tecnológicas seja fechado, a Google vai consolidar-se no mercado, dado que estará a oferecer o seu serviço do Gemini para mais de dois mil milhões de utilizadores mundiais.


A Apple é uma das tecnológicas mais atrasadas em termos de desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA), mas não quer ficar para trás. Por isso mesmo, e segundo noticia a “Bloomberg”, a empresa de Cupertino está a tentar fechar um acordo com a Google para obter o Gemini no iPhone.

Isto significa que a Apple está a tentar recuperar terreno perante as suas concorrentes. A Samsung lançou recentemente o S24 que utiliza IA nas chamadas e fotografias e a Google lançou o Pixel 8 no fim do ano passado, que também já tinha IA incorporada nas fotografias, acontecendo o mesmo com a chinesa Xiaomi.

Ora, a Apple é a única empresa de smartphones que ainda não dispõe de Inteligência Artificial nos seus dispositivos, o que pode estar prestes a mudar com a possível introdução do mecanismo Gemini no iPhone.

Segundo fontes próximas do tema, consultadas pela publicação, a Apple está a negociar sobre o licenciamento do Gemini para novos recursos de software, que, caso concluídos, devem chegar aos smartphones ainda este ano. No entanto, ainda não há decisões finais como a introdução da IA nos dispositivos será implementada.

Ainda assim, e apesar das negociações, as mesmas fontes indicam a improbabilidade de um acordo ser anunciado até junho, mês em que a Apple deve realizar a conferência anual de desenvolvimento. Rumores indicam mesmo que a Apple se aproximou da OpenAI, dona do ChatGPT, para usar o modelo de IA nos dispositivos móveis, mas nada foi confirmado.

No início do ano, o CEO da Apple revelou que a empresa está a “investir significativamente” em IA generativa e que apenas irá revelar mais sobre a implementação da tecnologia este ano. Tudo aponta mais para o fim do ano, possivelmente na apresentação do iPhone 16, prevista para setembro de 2024.

Ora, a Apple tem usado os seus próprios modelos de IA em alguns recursos do iOS 18, mas pretende um parceiro já robusto no mercado para alimentar os recursos de IA generativa, nas quais se inclui a criação de imagem e de textos. Importa lembrar que a Apple tem focado o seu desenvolvimento de Inteligência Artificial em produtos mais premium, como os Vision Pro.

Caso o acordo entre as duas tecnológicas seja fechado, a Google vai consolidar-se no mercado, dado que estará a oferecer o seu serviço do Gemini para mais de dois mil milhões de utilizadores mundiais. Relembrar que a Google paga milhões de dólares anualmente para ser o motor de busca padrão nos produtos da Apple.

Ações crescem no pré-mercado

As notícias sobre um entendimento entre as duas empresas está a animar o mercado.

É que as duas empresas estão a subir nas negociações pre-market (antes da abertura de Wall Street), sendo a Alphabet a que mais está a lucrar com a situação.

A dona da Google está a ver as suas ações subirem 5,18% para 148,50 dólares, enquanto os títulos da Apple crescem 1,38% para 175 dólares.

A minutos da abertura da primeira sessão da semana resta esperar pelo toque do sino para perceber como será o comportamento das duas empresas ao longo do dia e como os investidores vão reagir aos rumores do negócio.

Reguladores têm de aprovar

Apesar de Tim Cook e Sundar Pichai virem a apertar mãos para selar o negócio, o acordo não fica fechado. É que os reguladores da União Europeia e dos Estados Unidos ainda têm de se pronunciar e dar ‘luz verde’ para que este seja implementado.

Na UE, a Google e a Apple têm de enfrentar a Lei dos Mercados Digitais, que pretende abrir o mercado a empresas de menor dimensão e impedir o domínio das grandes tecnológicas em acordos como estes. Já nos EUA, as duas empresas estão a ser acusadas pelas autoridades de estarem a operar como uma só, estando a “encurralar” o mercado de operadores de buscar nos dispositivos móveis.

Assim sendo, e apesar de parecer um acordo fáceis, a introdução do Gemini nos iPhones pode não ser tarefa fácil, dado que têm de convencer os reguladores dos dois principais blocos mundiais e obter a sua aprovação. Resta saber se a Siri terá uma ajuda extra até ao final do mês ou se se manterá igual. “E aí, Siri?”.

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