O Annual African Tourism Outlook, divulgado esta terça-feira, pela plataforma Nova SBE WiTH Africa, revela uma recuperação do turismo em vários países do continente, mas salienta que nenhum conseguiu ainda voltar ao crescimento pré-pandémico nas chegadas internacionais.
Tunísia, Marrocos e Egito lideraram o total de chegadas internacionais, conclui o Annual African Tourism Outlook, que revela sinais otimistas de recuperação nas despesas de transporte de passageiros em países com o Sudão do Sul e a Gâmbia que registam uma recuperação superior a 100%.
“Apesar dos dados revelarem a recuperação do turismo em vários países do continente, nenhum país africano registou um crescimento nas chegadas internacionais em comparação com os níveis pré-pandémicos (2019)”, afirma o documento.
O relatório reúne informação detalhada sobre o ecossistema e desempenho do turismo em África foi produzido pelo centro de conhecimento Nova SBE WiTH Africa, iniciativa da Nova SBE, que resulta de uma parceria entre o Nova SBE Data Science Knowledge Center e o Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality.
Tendo por base as taxas de emprego após a pandemia e como referência o ano de 2019, o relatório conclui que Madagáscar, Serra Leoa e Costa do Marfim registam uma recuperação significativa, atingindo taxas de crescimento de 7,43%, 7,29% e 6,68%, respetivamente. Já o Egito, Uganda e África do Sul destacam-se pelos números totais de emprego – 1,9 milhões, 1,1 milhões e 0,7 milhões de postos de trabalho, respetivamente – o que evidencia o importante papel do turismo na criação de emprego.
A África do Sul lidera a tabela de destino preferencial no continente, atraindo três vezes mais visitantes do que o segundo classificado: a Tanzânia. O Egipto destaca-se como destino global, atraindo especialmente viajantes das Américas, Europa, Ásia Oriental e Pacífico. Os viajantes provenientes do Médio Oriente deslocaram-se maioritariamente para a Tunísia, Egito e Líbia enquanto o Quénia se destacou como um destino preferencial dos viajantes do Sul da Ásia.
No que se refere a despesas turísticas, a África do Norte e a África Oriental registaram os valores mais elevados ultrapassando, cada um deles, os mil milhões de dólares. A África Central e Austral registam valores comparativamente mais baixos, tendo apenas a Etiópia ultrapassado o limiar dos mil milhões de dólares.
Os PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe figuram no estudo, mas não se destacam em nenhum dos indicadores analisado.
O que é WiTH Africa
A plataforma foi lançada pela Nova SBE, através do Westmont Institute for Tourism and Hospitality e do Data Science Knowledge Center, em março de 2022, com o objetivo de promover uma comunidade de conhecimento para apoiar o planeamento e a tomada de decisão no domínio do turismo em África. Permite desenvolver ferramentas para monitorizar a evolução do setor do turismo, divulgar o conhecimento para que este possa ser utilizado para aconselhar as políticas e estratégias empresariais e dinamizar um espaço de colaboração ativa entre organizações.