Japão sucede a Estados Unidos, União Soviética, China e Índia. O computador de bordo do módulo de pouso usará processamento rápido de imagens e mapeamento de crateras para tentar chegar a 100 metros do ponto de pouso alvo, mas não se espera que a SLIM funcione por muito tempo na superfície lunar.
O Japão tornou-se esta sexta-feira o quinto país a pousar na Lua, depois de Estados Unidos, União Soviética, China e Índia.
A sonda SLIM (módulo de pouso inteligente para investigar a Lua, na sigla em pouso lunar) pousou na lua de forma bem-sucedida 15:20 (hora de Lisboa), segundo a Agência Espacial Japonesa, a Jaxa.
No entanto, a sonda teve um problema na aterragem e está a usar as baterias, uma vez que o módulo lunar não está a gerar eletricidade através dos seus painéis solares. As baterias devem durar apenas algumas horas, pelo que os especialistas da Jaxa estão a trabalhar no sentido de colocar os geradores solares a funcionar. Ainda assim, a sonda está a conseguir comunicar com a Terra, segundo a agência.
“Acreditamos que o pouso suave em si foi bem-sucedido, pois a sonda enviou dados de telemetria, o que significa que a maioria dos equipamentos a bordo está a operar”, referiu Hitoshi Kuninaka, diretor do Instituto de Ciências Espaciais e Astronáuticas da Jaxa.
Estatisticamente, está provado que é muito difícil pousar com segurança no satélite natural da Terra, uma vez que apenas cerca de metade de todas as tentativas tiveram sucesso.
O computador de bordo do módulo de pouso usará processamento rápido de imagens e mapeamento de crateras para tentar chegar a 100 metros do ponto de pouso alvo, mas não se espera que a SLIM funcione por muito tempo na superfície lunar.
A sonda lunar SLIM esteve mais de duas décadas em desenvolvimento e, depois de ter sido colocada em órbita em setembro do ano passado, conseguiu alunar.
No ano passado, uma empresa privada japonesa, a Ispace, tentou aterrar na Lua, mas a sua nave Hakuto-R caiu quando o computador de bordo ficou confuso sobre a sua altitude acima da Lua, tendo desligado o seu sistema de propulsão mais cedo, presumindo que a superfície havia sido alcançada quando, na realidade, ainda tinha mais cinco quilómetros pela frente.
Há pouco mais de uma semana, a empresa privada americana Astrobotic descartou a nave de pouso Peregrine na atmosfera terrestre, mas uma falha de propulsão impediu-a de tentar fazer uma tentativa de aterragem.
O Japão tem procurado aumentar o seu protagonismo na geopolítica espacial, através de parcerias com os Estados Unidos em resposta aos avanços tecnológicos e militares da China. Antes, a agência espacial japonesa já havia pousado em dois pequenos asteróides.
A Índia havia sido o último país a conseguir uma alunagem, depois da Chandrayaan-3 ter pousado no pólo Sul da Lua em agosto do ano passado, depois de uma corrida espacial contra a Rússia, cuja sonda Luna-25 não chegou a pousar. Foi a primeira sonda lançada pela Rússia à Lua desde 1976.
O polo sul da Lua é precisamente a região onde os Estados Unidos querem colocar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis.