O atual ministro francês da Educação, Gabriel Attal, foi nomeado pelo Presidente Emmanuel Macron o sucessor de Élisabeth Borne no cargo de primeiro-ministro de França. Mas restam dúvidas sobre quem é este jovem político que ascendeu rápido nas considerações de Macron.
Emmanuel Macron nomeou o ministro da Educação, Gabriel Attal, de 34 anos, como novo primeiro-ministro esta terça-feira.
Isto torna Attal, aos 34 anos, o primeiro-ministro francês mais jovem do pós-guerra, um recorde anteriormente detido pelo esquerdista Laurent Fabius, que tinha 37 anos quando foi nomeado primeiro-ministro por François Mitterrand em 1984.
Nascido em Clamart, a 16 de março de 1989, Gabriel Attal já estava “destinado” para a política enquanto crescia e se educava em colégios privados.
O pai de Attal, Yves, era descendente de judeus tunisianos e parte da sua família foi deportada durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com uma reportagem de perfil do Le Monde. No entanto, Attal foi criado como cristão ortodoxo pela sua mãe, cujas origens remontam à Rússia.
Attal juntou-se ao Partido Socialista quando tinha 17 anos. Nos seus anos de faculdade, em Paris, foi eleito pelos seus colegas como o mais provável de vir a ser presidente do país.
No entanto, e apesar dessa “fama política” precoce, o novo primeiro-ministro já admitiu ter sido vítima de bullying na escola, especialmente por ser homossexual.
tornou-se um nome familiar na política francesa depois de ser nomeado porta-voz do governo durante a pandemia.
Mais tarde, o jovem prodígio seria nomeado para trabalhar no ministério das finanças e depois para ministro da educação em 2023. Tornou-se, então, conhecido como um dos ministros mais experientes de Macron e como um comunicador nato.
A primeira medida de Attal, após a sua nomeação como ministro da Educação o ano passado, foi proibir o vestuário conhecido como Abaya nas escolas públicas, tendo sido uma medida popular entre os eleitores conservadores.
O Futuro
O primeiro desafio de Attal será relançar a imagem do executivo na segunda metade do quinquénio de Macron, num ano-chave com a celebração dos Jogos Olímpicos e as eleições europeias, depois de a estabilidade do executivo ter sido seriamente afetada por lutas constantes no Parlamento, onde foram apresentadas cerca de 30 moções de censura.
A reforma das pensões e, mais recentemente, a lei que modifica uma série de políticas migratórias – ainda pendentes de revisão pelo Conselho Constitucional – acabaram por pesar sobre o Governo e, em particular, sobre a primeira-ministra cessante, Élisabeth Borne.