Namibiano quer criar em Angola o maior parque africano de safaris privado em África

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a única em Angola – para os 200 mil hectares para ter área suficiente para animais de grande porte, como elefantes e búfalos, e transformar o Cuatir no maior parque de safaris sob gestão privada em África.

“A África do Sul tem o Tswualu, acho que com 100 mil hectares, Namibia tem Erindi, com 70 mil hectares, e este vai ser o maior parque privado em África para ecoturismo”, ambiciona, frisando que a província angolana do Cuando Cubango é a mais adequada à vida selvagem, graças à extensa mancha florestal e ao regime de chuvas.

“Temos sorte porque esta área não vale nada para a agricultura, o solo [não é bom] por causa da areia, por isso esta área está disponível para os animais selvagens e os animais podem trazer turismo, oportunidades para criar empregos nesta área de Angola”, realça.

A abundância faunística contrasta com a ausência de aldeias. Além das esparsas comunidades Nganguela e Camussequele (San), poucos são os vestígios da presença humana.

Stefan tem vindo a recrutar e a empregar alguns destes aldeãos na cozinha e em trabalhos domésticos, outros como vigilantes, para afastar caçadores furtivos, e outros servindo de guias, como é o caso de Camussequele Massada, cujo olhar treinado encontra facilmente os trilhos frescos de animais, garantindo-lhe um rendimento extra para a sua família.

O empresário considera que Angola ainda não está preparada para o turismo, apesar de ter eliminado já um dos obstáculos, com o fim da exigência de vistos.

Mas falta, por exemplo, formalizar os postos de entrada nos aeroportos de Menongue e Cuito Cuanavale, afirma, sublinhando que, tal como a Jamba, locais ligados a guerra civil angolana, “vão ser importantes” para o turismo.

“Acho que o turismo pode contribuir muito para a economia de Angola, neste momento entram poucos turistas (…) e as viagens autónomas não trazem muito dinheiro para o país, queremos ajudar a nossa economia e nosso povo nessa área”, diz.

Por agora, são sobretudo turistas estrangeiros, do Reino Unido, dos Estados Unidos, da Bélgica, espanhóis e alguns portugueses, que procuram o Cuatir, em busca de “um sítio bonito” onde possam fazer uma pausa curta antes do próximo destino exótico.

Mas há também ameaças ao desenvolvimento turístico na região, aponta Stefan: “ouvi dizer que o Governo tem planos para fazer prospeção de petróleo nessa área e os madeireiros são talvez a maior ameaça, acabam com as árvores e cortam milhares de toneladas por ano”, diz, referindo-se às valiosas madeiras de mussivi e girassonde que, por enquanto, abundam naquelas paragens.

A caça furtiva é outro risco para a conservação da natureza nesta área onde os animais só começaram a regressar há cinco anos, alerta o conservacionista.

Com planos para criar mais um acampamento em janeiro e construir casas na árvore junto de um miradouro onde os turistas podem apreciar a beleza do pôr-do-sol africano, Stefan garante que vai continuar a receber grupos pequenos, com um máximo de dez pessoas, porque é “uma experiência privada”.

Em 2024, quer reforçar o marketing fora do país para começar a atrair mais turistas, destacando a sua importância para a economia angolana: “vai ser um grande benefício”.

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