O país conta com oito fábricas de lapidação de diamantes, que empregam 673 jovens angolanos, informou esta segunda-feira, em Saurimo, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.
O governante, que falava na cerimónia de inauguração do projecto diamantífero do Luele, salientou que mais fábricas surgirão e estão a ser formados jovens que encontrarão emprego nestas unidades fabris.
Lembrou que, no âmbito do cumprimento da orientação do Titular do Poder Executivo, em plena Covid-19, a Sodiam construiu o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, onde foram instaladas todas as condições para a implementação de fábricas de lapidação e todas as infra-estruturas necessárias para o bom funcionamento desta actividade.
Entre as infra-estruturas erguidas, constam bancos, seguradoras, clínica, acomodação para os trabalhadores, restaurantes, uma escola-fábrica para lapidadores e uma escola técnico-profissional da Endiama para a formação em várias especialidades.
Indicou que, para o aumento de produção e melhor inserção da indústria diamantífera de Angola no contexto internacional deste produto, após alguns anos de negociações acérrimas, o Executivo trouxe de volta ao país a De Beers.
De igual modo, pela primeira vez, “temos a gigante da mineração global, a Rio Tinto, no nosso país, que, além de diamantes, está a verificar a oportunidade para realização de investimentos na prospecção de outros minerais”, sublinhou.
Para o ministro, a produção da Mina do Luele irá contribuir para um aumento significativo da produção de diamantes em Angola.
Fez saber que a Endiama foi orientada a seguir uma estratégia diferente para o início o mais cedo possível da produção.
Para o efeito, disse que foi criada uma equipa constituída apenas por técnicos angolanos, que com o apoio da Direcção da Endiama, da Sociedade Mineira de Catoca e do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás levaram a missão a bom porto.
“Todo pessimismo, à volta do êxito do projecto, foi vencido com o alcançar das metas traçadas. Quero, por isso, apresentar esta jovem equipa, chefiada pelo Engenheiro Rômulo Mucase, que superou as dificuldades técnicas e financeiras e permitiu estarmos hoje aqui”, exprimiu.
Diamantino Azevedo observou, por outro lado, que o sector mineiro diamantífero em especial, tem sido muitas vezes medido apenas pela análise redutora que se faz aos seus principais indicadores macro-económicos.
“Muitas vezes não são considerados aspectos importantes do poder desta indústria de levar vida e desenvolvimento às zonas rurais muitas vezes inóspitas, ao seu contributo para o funcionamento de muitos outros sectores da economia, como de certeza estão a constatar nesta mina”, vincou.
Reconheceu que o contributo do sector diamantífero em particular e do sector mineiro em geral, para projectos sociais, de educação e de ensino nos últimos anos tem sido relevante e em breve iremos publicar estes projectos em dois relatórios.
Notou que o Executivo está ciente de que a actividade mineira, do ponto de vista humano não é renovável.
“Por isso estamos a implementar um programa para que nesta área onde hoje se desenvolvem os projectos da Sociedade Mineira de Catoca e da Sociedade Mineira do Luele surjam ainda durante o decorrer da actividade mineira e no futuro pós-mineração, um centro habitacional, turístico, agrícola, de ensino e de investigação, que orgulhará não só os trabalhadores mineiros de Angola, mas todos os angolanos”, finalizou.