A sociedade comercial chinesa Niobonga prevê iniciar a exploração do metal raro, o Nióbio, a partir de Abril de 2024, dependendo da conclusão do processo de realojamento das famílias residentes no perímetro e das chuvas.
A informação foi avançada, nesta quinta-feira, no município de Quilengues, pelo director-geral adjunto da mineradora, Grande Zé, no quadro de uma visita do secretário de Estado dos Recursos Minerais, Jânio Victor, no local, quarta-feira, 25.
Declarou já estar concluído, no momento, um estaleiro provisório, um tanque de dois milhões de litros de combustível (gasóleo), dois armazéns e a abertura de vias com terraplanagem, ao passo que estão em construção as fábricas e prevêem ainda a edificação de um novo estaleiro até Março de 2024.
“Temos a previsão de iniciar em Abril do próximo ano com os trabalhos de exploração, mas podemos ter imprevistos como as populações residentes no local, pois estamos a terminar a fase de desalojamento, mas tem uma outra e podemos encontrar impedimentos, assim como as chuvas que podem atrasar mais o processo”, disse.
Grande Zé fez saber que a empresa tem um título de exploração numa área total de 461 quilómetros quadrados, pelo que vai ocupar de forma faseada, por causa da questão do realojamento da população residente no local.
Referiu que, neste âmbito, a sociedade já construiu 54 casas sociais para o processo de realojamento, mas as famílias preferiram a compensação e posteriormente o Governo e a administração local negociaram com a empresa para o referido pagamento.
Frisou que para além da compensação pelas casas estão a pagar a produção das famílias, sendo que já deram, até ao momento, perto de 700 milhões de kwanzas em compensação em mais 300 famílias retiradas do local.
Para além do Nióbio, o empresário referiu que poderão explorar igualmente, o ferro, o alumínio e apatita, esta última que contém fósforo, elementos associados ao mineral estratégico raro, pelo que já passaram por um processo de prospecção.
Noutra vertente, a fonte salientou que a sociedade deparar-se com a carência de combustível, sendo que no momento gasta 50 mil litros/dia, mas quando chegarem na fase de produção/exploração, esse custo ascenderá aos 160 mil litros/dia, uma situação que podia ser aliviada com a extensão da rede pública à zona de exploração.
Manifestou terem já contactado a Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT) e mandaram uma equipa técnica para análises, mas até ao momento a empresa está à espera da resposta. Numa primeira fase são necessário 25 megawatts, mas para o projecto todo seriam precisos 90.
“Queremos ter a fábrica a funcionar e conseguir trazer desenvolvimento tanto do município como da província. Estamos a com o projecto de fazer um pólo industrial, porque as fábricas que estamos a implementar vão servir como tratamento inicial de separação de ferro e nióbio, que aparecem no processo de forma conjunta”, continuou.
Actualmente, segundo o responsável chinês, mais de 800 empregos entre nacionais e estrangeiros já estão activos, mas a meta é atingir dois a cinco mil funcionários na época de exploração.
No projecto foram aprovadas reservas de 14 milhões de toneladas, segundo o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás. O nióbio é um minério raro usado na produção de turbinas eléctricas, naves espaciais e outros componentes da indústria aeronáutica e electrónica. O seu preço no mercado internacional varia entre 40 a 50 dólares o quilograma.