A China anunciou recentemente que vai realizar um inquérito para apurar a sua evolução demográfica, visando formular planos de desenvolvimento económico e social, numa altura em que a sociedade chinesa regista um acelerado envelhecimento.
A iniciativa surge numa altura em que as autoridades chinesas estão cada vez mais preocupadas com a baixa taxa de natalidade, apesar da recente aprovação de medidas e campanhas para aumentar o número de nascimentos.
Segundo um comunicado divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE), no seu portal oficial, o inquérito centrar-se-á numa selecção de zonas urbanas e rurais da China continental, cujos agregados familiares vão ser inquiridos na totalidade.
O inquérito vai ter em conta todas as pessoas registadas no agregado familiar inquirido, mesmo que não residam juntos.
Para além das informações pessoais dos inquiridos, serão recolhidos dados sobre a etnia, nível de educação, migração interna, emprego, estado civil, número de filhos e situação da habitação, informou o organismo.
Os dados recolhidos vão ser processados durante o mês de Novembro, embora o GNE ainda não tenha indicado quando serão divulgados os resultados do inquérito ou o número total de indivíduos ou agregados familiares abrangidos.
A China registou um declínio oficial de 850 mil de habitantes em 2022 e fechou o ano com 1.411,75 milhões de pessoas, abaixo dos 1.412,6 milhões registados no final de 2021.
Tratou-se da primeira vez que a China perdeu população desde 1961, quando cerca de sete milhões de pessoas morreram, na sequência de uma fome causada pelo Grande Salto em Frente, uma campanha falhada de colectivização dos meios de produção.
Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado há um ano, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto e da educação dos filhos”.
O país asiático permite que os seus cidadãos tenham um terceiro filho desde 2021, embora a decisão não tenha sido acolhida com grande entusiasmo pela população, devido tanto aos crescentes custos com os filhos como à prioridade dada por muitos jovens às suas carreiras.
Pequim está também a preparar-se para o envelhecimento da sociedade, face ao aumento da percentagem de pessoas com mais de 60 anos – mais de 30% em 2035 – e anunciou recentemente medidas como a abertura de uma universidade para idosos, para “promover a aprendizagem ao longo da vida”.
Em Abril passado, a Índia ultrapassou a China como o país mais populoso do mundo.