Apenas 32% dos agregados familiares dispõe de conta bancária

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Trinta e dois por cento de 35 mil 190 agregados familiares entrevistados para o Inquérito sobre Literacia Financeira (ILF), realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em parceria com o Banco Nacional de Angola (BNA), possuem conta bancária.

A informação foi prestada hoje, quarta-feira, em Luanda, pelo director-geral adjunto do INE, Hernany Luís, tendo referido que, do número apresentado, 68% não possuem conta bancária.

A razão apontada pelos entrevistos sem conta bancária é de que não têm rendimentos que justifiquem a abertura de conta.

Dos que não possuem uma conta bancária, o ILF demonstra que 68% encontravam-se empregados, 25 % desempregados e 7% inactivos.

O inquérito ressalta ainda que cerca de 84% dos entrevistos possuem cartão de débito (Multicaixa) activo, utilizado para pagamentos.

Em relação a utilização das contas, 56% dos que têm conta bancária utilizam-na apenas uma vez por mês, 10%, duas a três vezes por semana, e l4%, uma vez por semana.

Falando na apresentação pública do Inquérito sobre Literacia Financeira (ILF), sublinhou que o indicador de atitude financeira, por área de residência, aponta 33,2 por cento na zona urbana, 29,6 % (Angola) e 23,7 % na zona rural.

Quanto ao indicador de comportamento financeiro, por área de residência, os dados indicam para 22,5 % na urbana, Angola 20,7% e 17,8% na zona rural.

Em relação ao indicador de conhecimento financeiro por área de residência, o resultado da pesquisa diz que 31,9% está na zona urbana, 17,0 zona rural, e 26,3 (Angola).

A recolha de dados foi realizada num período de quatro meses (Abril, Maio, Junho e Julho de 2022).

Na ocasião, o director-geral do INE, José Calengi, disse que a realização do primeiro Inquérito de Literacia Financeira na história do sistema estatístico nacional acontece depois de ter sido rubricado um protocolo entre o BNA e o instituto.

“Tendo se firmado o acordo, imediatamente, lançou-se em todo território nacional a recolha dos dados que permitiram a produção dos indicadores de literacia financeira”, frisou.

O trabalho permitiu recolher dados junto dos agregados familiares, enquanto unidade de amostra da recolha.

Os indicadores demonstram a realidade mais concreta e, sobretudo, o conhecimento das famílias a respeito da actividade financeira em Angola.

“Acreditamos que os números produzidos deverão jogar um papel importante na dinâmica para formulação, correcção de políticas no sector financeiro e bancário, em particular”, frisou.

Já a administradora Executiva do BNA, Marília Poças, considerou que o índice de literacia financeira é um importante instrumento de gestão para o regulador do sistema financeiro, bancos e fazedores de políticas.

Realçou o facto de trazer uma amostra daquilo que pode ser uma fotografia tridimensional e amplificada, “dada a sua abrangência nacional, nível de conhecimento, comportamento e atitudes sobre os serviços financeiros da população angolana”.

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