Banco Africano de Desenvolvimento financia produção de contadores elétricos pré-pago

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A nível nacional, a ENDE tem um milhão, 955 mil e 483 consumidores na rede eléctrica de baixa tensão, e, destes, setecentos e um mil têm contadores de energia em sistema pré-pago e 84 mil e 120 no sistema pós-pago.

Mais de um milhão e 300 mil contadores do sistema pré-pago deverão ser instalados nos próximos tempos no país, para tornar mais eficiente a gestão comercial da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), anunciou, esta quarta-feira, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

À semelhança de alguns países como a África do Sul, Argentina, Escócia e Colômbia, Angola adoptou, nos últimos anos, o sistema pré-pago, visando a eficiência energética, por garantir mais rentabilidade quer ao consumidor, quer à empresa distribuidora de energia.

É neste quadro que o ministro da Energia e Águas avança que estão previstos investimentos em mais de um milhão e 300 mil contadores, no âmbito do financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

Segundo o governante, as necessidades estendem-se ainda aos clientes de média tensão, que são responsáveis por uma boa fatia da facturação da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade.

Falando em Benguela, no 12º Conselho Consultivo do Ministério da Energia e Águas (MINEA), João Baptista Borges admitiu que a ENDE não tem ainda um sistema de gestão comercial eficiente, apesar de assegurar a comercialização de grande parte da energia produzida.

Daí existir um défice de contadores elevado, mesmo nos grandes clientes, como reconheceu o titular da pasta da Energia e Águas, enquanto discursava na abertura do Conselho Consultivo sob o lema “Energia e Águas rumo à expansão e melhoria da qualidade dos serviços”.

Deu a conhecer que, a nível nacional, a ENDE tem um milhão, 955 mil e 483 consumidores na rede eléctrica de baixa tensão, e, destes, setecentos e um mil têm contadores de energia em sistema pré-pago e 84 mil e 120 no sistema pós-pago.

O ministro João Baptista Borges ainda acrescentou que um milhão e cento e setenta mil e 363 consumidores não têm nenhum sistema de contagem de energia.

No que à média tensão diz respeito, adiantou que existem em todo o país sete mil e 782 consumidores, dos quais três mil e 678 com sistema de contagem e quatro mil e 104 sem sistema de contagem.

Para além disso, o responsável fez saber que o sistema de gestão, incluindo a base de dados dos clientes, necessita de modernização urgente.

“Esforços estão a ser feitos e terão de ser redobrados, para que os níveis de aumento das cobranças da ENDE superem o crescimento do consumo anual, que é de 9% em média”, referiu, avisando que, se assim não for, as perdas – estimadas em 27 por cento – aumentarão para níveis de difícil recuperação.

Contudo, o ministro considerou a ENDE a responsável pelo retorno das vendas de energia e remuneração das empresas Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT) e de Produção de Electricidade (PRODEL)

“Daí que as suas limitações e ineficiência colocam sérios riscos na manutenção da estabilidade de todo o sector”, assumiu.

Diz estar-se a trabalhar para tornar cada vez mais forte o sector da Energia e Águas, o que significa “termos empresas e serviços com maior qualidade”, num processo em que a melhoria da arrecadação de receitas e a redução de custos jogam papel fundamental.

Também afirmou que as empresas do Sector Eléctrico e de Águas enfrentam ainda significativas dificuldades com a arrecadação de receitas provenientes da actividade de cobrança, embora se registe uma tendência favorável, “mas ainda aquém do que necessitamos”.

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