Petróleo bruto fornecido às refinarias do País deixam de ser subvencionados pelo Estado

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O presidente da Comissão Executiva da Unidade de Negócio de Refinação e Petroquímica da Sonangol, Joaquim Kiteculo, afirmou que qualquer uma das refinarias em construção no país e em funcionamento, como a de Luanda, vão adquirir o petróleo bruto ao preço do mercado internacional, porque o Governo angolano deixou de subvencionar a compra da matéria-prima.

O quadro sénior da petrolífera nacional, Sonangol,  refere, a título de exemplo, que a matéria-prima para a produção de  derivados  de petróleo  na Refinaria de Luanda  já não é subvencionada, depois do cancelamento do Decreto  que assim permitia.

Falando em entrevista ao programa radiofónico Ngol, adstrita a própria petrolífera nacional, Joaquim Kiteculo refere que, hoje, o crude processado  na Refinaria de Luanda é comprado com base no preço do petróleo no mercado internacional.

“Ficou definido que qualquer de uma das refinarias terá de adquirir a matéria-prima no mercado internacional, para que não haja duvidas”, sublinhou, reforçando que “não há subvenção  na matéria-prima de nenhuma refinaria  que estão ser construídas no país”.

Segundo o técnico, a rentabilidade das refinarias é determinada com base na informação real do mercado e qualquer uma iniciativa das refinarias de Cabinda, Soyo (Zaire), Lobito (Benguela), e do projecto de ampliação da Refinaria de Luanda, baseia-se nos pressupostos referidos.

“Quer dizer que o investidor, por exemplo, em Cabinda, para a compra de matéria-prima irá comprar no país em que  tiver melhor oferta, ou melhor, se tiver que comprar em Angola vai falar com vários detentores  de quota de produção de crude, em função do tipo de crude que precisar e irá negociar directamente com  o dono do crude que tem de ser fornecido à refinaria”, explicou.

Ainda sobre Cabinda, a título de exemplo,  aponta que o facto da refinaria estar a ser  implementada no terreno vizinho  do campo de produção de Malongo, vai fazer com que os custos de transporte de crude, entre o fornecedor  e o cliente final, seja praticamente  baixos, visto que a distância que os separa é de cerca de 300 a 400 metros.

Fora dessas vantagens, disse que não  existe subsídio algum para essa parte do projecto, e assim aplica-se a outros projectos, como o do Soyo, que irá comprar matéria-prima aonde melhor tiver vantagem para o investidor, quer no mercado interno quer no mercado externo.

“ (…) É um falso problema  pensar-se que há obrigatoriedade do Governo  de Angola fornecer a um preço baixo a matéria-prima para as refinarias”, reiterando que a  matéria- prima para as refinarias  vai ser fornecida  por qualquer fornecedor que  tenha condições de o fazer.

Joaquim Kiteculo  disse ainda que o país não vai deixar  de exportar,  seja qual for,  um único barril que estava destinado a ser exportado.

No caso da Refinária do Lobito, não obstante ser da Sonangol, garante que a matéria-prima será entregue ao custo real do mercado internacional.

“Se nós tivermos  em conta que a Refinaria do Lobito terá outras  entidades, como accionistas, deveremos literalmente concluir  que o Governo de Angola não está a tentar proporcionar vantagens que lhe vão prejudicar, pós não faz parte do pressuposto do projecto”, sustentou.

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