A Fundação Arte e Cultura (FAC) – instituição filantrópica da Fundação Menomadin, em Angola – e o Ministério da Cultura acabam de lançar o projecto de implementação do Acervo Cultural Digital e-Zomba, com vista à promoção e disponibilização da cultura angolana a nível nacional e global. O projecto foi lançado ontem, dia 29 de Março, num evento que decorreu nas instalações da Fundação Arte e Cultura, na ilha de Luanda.
«Preservação do passado, acessibilidade no presente e promoção da pesquisa no futuro» é o desígnio do e-Zomba, um projecto adaptado à tecnologia avançada dos dias de hoje, que vai não só expor a cultura angolana a todo o mundo, como tornar as culturas ancestrais e novas acessíveis ao público em geral. A criação do Acervo Cultural Digital e-Zomba nasce por orientação do Ministério da Cultura como órgão de tutela, numa parceria com a Fundação Arte e Cultura.
“Este projecto excepcional destina-se a chamar a atenção e a encorajar a exposição e a interacção entre investigadores, estudantes, historiadores, músicos, artistas e o público em geral, assim como, mostrar como a arte e cultura deste País são realmente maravilhosas, coloridas e interessantes”, explica Haim Taib, Fundador e Presidente da Fundação Menomadin, fundo de impacto internacional, estabelecido após 30 anos de experiência no desenvolvimento e fortalecimento de países africanos.
Pertencente à Fundação Menomadin, além de promover e divulgar a arte e cultura angolana, a Fundação Arte e Cultura está vocacionada para a inserção social de crianças, adolescentes, jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade, através das artes.
Exemplo do impacto da FAC a este nível é a Galeria Tamar Golan, lançada em 2012, que já acolheu mais de 120 artistas, em que cerca de 70% prossegue ainda a carreira artística. O espaço, visitado por mais de 8 mil e quinhentas pessoas, recebeu já mais de 90 exposições e 40 workshops de arte. Mais de mil e seiscentas crianças participaram nestas actividades.
“Imaginem a exposição e as oportunidades que o e-Zomba está destinado a dar a todos esses talentosos artistas angolanos, e como está destinado a enriquecer o mundo. O arquivo e-Zomba garantirá a mais completa documentação e acessibilidade, o que permitirá levar a exposição a um público amplo e diversificado a nível nacional e internacional”, realça ainda Haim Taib.
No e-Zomba será possível encontrar diferentes colecções musicais de todas as épocas, colecções de arte, registos de danças folclóricas de todos os tipos que caracterizam Angola, registos de peças teatrais e espectáculos de teatro.
“Este projecto desenvolvido pela Fundação Arte e Cultura, interage com aspectos da nossa cultura, com o resgate dos nossos valores. Esta sempre foi uma preocupação que tivemos, pois quando falamos em resgate falamos em identidade. Estamos a preservar algo no sentido de pertença cultural de um país que é multicultural, contudo é na diversidade que vamos encontrar aprendizagem para a nossa unidade, respeito entre tradição e modernidade e, respeito entre ancestralidade e visão futura”, afirma o ministro da Cultura, Filipe Silvino de Pina Zau.
Para Naama Margalit, directora-geral da FAC, o e-Zomba é a oportunidade para “preservar digitalmente os tesouros culturais” de Angola, “em benefício da próxima geração”, assim como “preservar a honra dos criadores e dar uma oportunidade para o mundo inteiro desfrutar desta rica cultura”.
Por sua vez, Merav Galili, CEO da Menomadin Foundation, destaca que “este projecto é extremamente importante, porque vai digitalizar todos os activos da cultura angolana, desde música, esculturas, pintura e arte. A partir de agora, tudo estará online, e pessoas de todo mundo poderão finalmente ter acesso à maravilhosa cultura angolana”.